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quinta-feira, abril 25, 2024

Espaço Aberto – Fábio Roberto Batista – artesão e empreendedor

Ele decidiu apostar no ramo pela qual sempre foi apaixonado em 2001 e desde então tem crescido na produção de artesanato em Rondonópolis. O nosso entrevistado desta semana da coluna Espaço Aberto, tem talento com as mãos e com vendas e por isso, se tornou bastante conhecido no ramo a qual tem se dedicado há 16 anos.
Perfil
Nascido em São Bernardo (SP), chegou a Rondonópolis em 1994. Desde 2001, dedicou-se ao artesanato, área pela qual sempre teve paixão. Artesão e proprietário da empresa Casa Criativa. Idade: 51 anos.
Folha Regional – Como surgiu o seu envolvimento com o artesanato?
Fábio Roberto – Comecei com a ideia de que não havia ninguém fabricando peças para o artesanato, isso em 2001, então, eu visionei até onde poderia chegar o artesanato aqui. Comecei a fundamentar o artesanato e logo em seguida, gerar um consumo. Fui pesquisando e vendo que o artesanato produz e vende mais no Brasil do que a indústria automobilística, mas quase ninguém sabe disso, porque são muitas pessoas que vivem na informalidade. Por consequência, eu comecei a gerar também divisas para pessoas que também estão inseridas no mercado formal e assim, acabou surgindo uma parceria, mesmo que inconscientemente, com outras empresas do setor de tecidos, aviamento, pedrarias, tintas, madeira, papelaria, então esse ciclo foi aumentando a partir de uma ideia que nasceu de uma necessidade, tanto minha quanto das pessoas que já mexiam com artesanato.
Folha Regional – Antes disso, você já tinha tido contato com essa área?
Fábio Roberto – Eu vim de São Bernardo, lá eu tive que aprender a fazer de ‘um tudo’, eu fui montar banda, dai fiz trabalho de hippie. Vi que tinha muita facilidade, depois comecei a mexer com decoração de alimentos, aquilo começou a fluir. Comecei a expandir a questão do artesanato, comecei a incentivar a minha primeira esposa, nisso, eu vi que tinha muita facilidade para mexer com isso. Mas até então, nos ano de 2000, eu nunca tinha entrado com marcenaria, quando eu entrei e me apaixonei. Comecei catando sobras, que eles jogavam fora, e fazia “artesanatinhos” para casa, como ‘porta temperos’. Minha mulher na época era costureira, os clientes encomendar ou experimentar roupas, e viam as coisas que eu fazia para minha casa e iniciaram-se os pedidos.
Folha Regional – E quando decidiu investir?
Fábio Roberto – Com minha visão comercial percebi que estava com um ótimo negócio em mãos, só precisava criar condições para conseguir produzir e atender tudo o que precisava, depois de várias subidas e descidas na vida, eu passei dois anos em Cuiabá, conheci minha atual esposa, uma excelente comerciante, melhor do que eu, sou mais o cara do desenvolvimento, da produção, da criação. Eu a trouxe de Cuiabá para cá, foi ai que começou a parte de crescimento. Em 2001 comecei a fazer isso profissionalmente.
Folha Regional – Como é composta a loja Casa Criativa?
Aqui é uma indústria, ela é formatada em três níveis: industrialização, a loja onde se comercializa os produtos e o ateliê. Estamos fazendo uma remodelação, está composto, pelo ateliê, confecções dos produtos já no final, sala de cursos de pinturas diariamente, para que fomente o artesanato e para que tenhamos clientes. Fazemos as coisas de acordo com cinco segmentos: decoração de festas, utilitários, caixarias, religioso e quartinho de bebê. A necessidade do mercado foi me conduzindo para estes segmentos, esse mercado é de nuances, essa diversidade me manteve no mercado.
Folha Regional – Tem algum segmento que sobrepõe aos outros?
Fábio Roberto – Depende muito da época, não posso te precisar algo assim, como carro-chefe, tem época que nasce muitas crianças é quartinho de bebê, tem época em que se casa muito, tem época que tem muito cursos. Eu comecei fazendo utilitário, como bandejas, descansos de panela, comecei fabricando para lojas.
Folha Regional – O senhor expõe seus produtos em algum local?
Fábio Roberto – Estou montando um estande para que ele seja volante também, quero montar uma feira, para que não só a minha empresa mostre os produtos, mas também outras pessoas do nível de trabalho que desenvolvemos hoje possa participar também desta feira itinerante, onde vamos visitar outras cidades, oferecendo os produtos que temos, levar os cursos.
Folha Regional – Qual a produção diária de vocês?
Fábio Roberto – A nossa capacidade de produção varia de 200 a 800 peças por dia, o produto.
Folha Regional – Qual a média de valor, por exemplo, das caixas?
Fábio Roberto – Tenho mais de mil itens de caixa que variam de R$ 2,50 a R$ 300.
Folha Regional – O que precisa ter um bom artesão?
Fábio Roberto – O bom artesão é ter todo conteúdo necessário como se fosse uma empresa, o bom artesão não é só aquele que produz uma coisa bonita, ele precisa conhecer um pouco de finanças, precisa conhecer de gente, precisa cobrir uma expectativa que não seja só a dele. Ele tem que colocar no lugar do próximo e realizar a necessidade que ele tem. Precisa saber comercializar e administrar aquilo que ele faz.

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