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terça-feira, abril 23, 2024

“Armindo da Caixa” “De office boy a gerente”

Por Denis Maris
Armindo Gomes Neto, natural de Porto Murtinho MS, de office boy a gerente de várias agências da Caixa Econômica Federal em Mato Grosso. Nos dias hoje o nosso entrevistado deu uma verdadeira guinada de 180 graus na sua vida, complementa o seu tempo com estudos especializados em Teologia. No relacionamento conjugal está no segundo casamento, sua esposa atual é a Pastora Ana Cristiane Neres Novais Neto com quem tem um filho Enzo Gabriel de um ano e dez meses. Do primeiro casamento dois filhos João Luiz e Laiz Caroline. Conheça um pouco mais sobre a trajetória de vida deste valioso mato-grossense.
Jornal Folha Regional: Como foi o seu momento família durante a sua infância?
Armindo: Tive uma boa infância, repleta de valores que foram vividos e ensinados pelo meu pai Agenor Gomes Neto que era um trabalhador operário e pela minha saudosa mãe Floriza Gomes. Era uma convivência harmoniosa entre os meus 9 irmãos, maior dádiva que recebemos em família foram os conceitos de respeito ao próximo, honestidade, seriedade e trabalho.
J.F.R: Quais foram os fatos que mais marcaram, na sua formação e consequentemente na sua vida?
Armindo: Eu tinha 9 anos de idade, e meu pai me pediu que o acompanhasse a agência bancária da cidade, ao chegarmos recebemos uma atenção “diferenciada,” ou seja fomos pessimamente atendidos pelo gerente que naquela ocasião julgou meu pai pela aparência, uma pessoa simples e humilde, vestido também com simplicidade. Aquele momento foi um dos mais impactantes na minha consciência, essa atitude do gerente me marcou profundamente, jamais esqueci.
Aprendi uma grande lição de vida; “nunca tratar alguém pelas aparências, em que pese às circunstâncias do momento.”
Quis Deus que um dia ao passar num concurso me tornasse um bancário, jamais julguei ou tratei alguém pela aparência. Aquela situação que eu presencie naquela agência bancária, apesar de ter apenas 9 anos idade mudou todo o meu conceito de vida. Num outro momento escrevi um livro com as histórias que meu pai nos contava quando éramos crianças, valores que cultivamos e guardamos por toda a vida.
J.F.R: Você começou cedo no trabalho com a idade de 15 anos, quais as funções que exerceu durante sua trajetória de grande sucesso profissional?
Armindo: Na escola sempre fui um bom aluno, e aos 15 anos de idade, comecei a trabalhar como Office boy no Banco do Brasil em Porto Murtinho para ajudar os meus pais e os meus irmãos. Permaneci nessa atividade até completar 17 anos, quando acabou o meu estágio. Posteriormente fui para Campo Grande, foi um outro momento marcante em minha vida, era a primeira vez que eu saia de casa, do convívio familiar.
Na capital de Mato Grosso do Sul comecei a estudar e a trabalhar no escritório de uma empresa de transporte coletivo interurbano.
Após um bom período de trabalho no escritório da empresa, prestei concurso para o Tribunal de Contas de Mato Grosso do Sul, passei no concurso e comecei a trabalhar na Auditoria do Tribunal.
No ano de 1982 prestei um outro concurso desta vez para a Caixa Econômica Federal, quis Deus que eu também fosse aprovado. Da agência de Campo Grande da Caixa, fui transferido em 1984 para São Felix do Araguaia em MT. Fui gerente da Caixa em Poxoréo, Primavera do Leste, Cáceres e Alta Floresta. Escolhi Rondonópolis como cidade do meu coração, não há melhor lugar para se viver, fazer amizades e trabalhar. Surgiu um momento na Caixa que me facilitou a aposentadoria, hoje contemplo outras atividades de crescimento humano, social e religioso.
J.F.R: O que você define como sinais de Deus na sua vida, fale um pouco sobre esses acontecimentos;
Armindo: Em termos religiosos eu sempre fui cético e questionador da palavra de Deus, não dava muita importância a esse assunto. Eu sempre tive um foco na política, a política me atraia, cheguei a ser suplente de vereador, assumir por breve período. Anos após a eleição da suplência, desejoso para retornar a corrida ao legislativo quis me candidatar novamente, mas a situação começou a acontecer de forma contrária. Certa ocasião eu acompanhava a minha esposa em um culto, quando durante a preleção, fui apontado e a palavra veio para que eu me afastasse desistisse daquele intento, pois Deus tinha um propósito na minha vida. E foram várias cultos em locais diferentes, e na presença de pessoas que não me conheciam muito bem, a palavra que vinha era sempre a mesma, na verdade eu estava buscando nos cultos uma projeção política.
Num outro culto o pastor me comunicou dizendo; “Deus tem um recado pra você, pare de questionar a palavra dele”. Os sinais foram intensos, num outro momento a minha esposa conversava com um pastor de Goiânia ao telefone, quando o religioso pediu para falar comigo e disse; “Tenho um recado pra você, você vai sair do seu emprêgo , se afastar das questões políticas e vai ficar a disposição de Deus”. Eu não acreditei, mas passaram aproximadamente 40 dias surgiu o plano de aposentadoria da Caixa, hoje estou seguindo a minha esposa, estou estudando Teologia, lendo o evangelho e me preparando para servir a Deus. Por final a política ainda está nos meus planos, se for da vontade do criador.
J.F.R: Como você vê hoje a condução da política em nosso país?
Armindo: Como cidadão eu vejo tudo o que está acontecendo com muita tristeza, é uma grande crise de valores. É desagradável ver as pessoas erradas sendo escolhidas simplesmente pelo o que convém momentaneamente. No Estado de Mato Grosso e em nossa cidade vejo dois políticos esforçados, mas eu tenho a impressão que a passagem do executivo para o legislativo e vice versa é uma questão de adaptação demorada. Como ex administrador de agências de um grande banco brasileiro a Caixa Econômica posso entender essas dificuldades, executar e legislar são grandiosidades distintas.
J.F.R: Agradecemos a sua especial atenção e consideração para com a reportagem do Jornal Folha Regional, solicitamos que nos apresente a sua mensagem final. Certamente esta entrevista servirá de exemplo para muitos jovens, pais, mães e para os cidadãos mato-grossenses leitores do nosso jornal.
Armindo: Que os jovens procurem seguir na vida os nossos exemplos de conduta, séria, honesta e ilibada, não corram tão somente atrás de valores materiais. Sejam melhores do que nós naquilo que pretendem fazer. Sejam amantes das artes, do esporte e da cultura, não cometam, não repitam os nossos erros e as nossas falhas.
Nos dias de hoje disponho o meu tempo como voluntário na Escola La Salle e na Escola Estadual Santo Antonio. Muito grato pelo espaço, foi um bom momento.

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