90% dos servidores estaduais vão receber salário em setembro; em outubro porcetagem pode ser menor

Como esta coluna divulgou ontem, o servidor público de Mato Grosso vai mesmo receber o salário de setembro de forma escalonada. Dos males aconteceu o menor, o governador bateu o martelo e pelo menos 90% dos servidores vão receber o salário no dia 30, dois dias antes do pleito eleitoral. O restante, só no dia 10 de outubro. Mas, isso não é garantido para o final de outubro e nem para os meses seguintes. O percentual daqueles que podem receber no último dia de outubro pode ser bem menor.
Quando divulgamos a informação de que o salário de setembro seria escalonado, como foi confirmado posteriormente, era para ser de uma forma bem mais terrível aos servidores. A ideia, segundo vários fontes ouvidas pelo portal de notícias 24 Horas News, era pagar na próxima semana apenas os funcionários públicos cujos salários não ultrapassassem os R$ 3 mil. O restante do trabalhadores receberiam em dias alternados até o dia 10 de outubro.
A mudança teve uma razão: as eleições municipais. O governador Pedro Taques (PSDB) quer fazer maioria nos 141 municípios do Estado e mais do que isso quebrar um longo jejum de que o governador não consegue eleger o prefeito de Cuiabá. Assim, para não sepultar de uma vez por todas as chances de seu candidato Wilson Santos ir para o segundo turno foi preciso uma solução paliativa: pagar os salários de pelo menos 90% dos servidores, os que ganham até R$ 6 mil líquidos.
Pelo menos foi um alívio para os servidores. Resta saber se em outubro com a possibilidade quase iminente de Wilson Santos não ir para o segundo turno se o governo irá bancar no último dia do mês os salários de todos os servidores, ou se o escalonamento vai continuar e beneficiando, no primeiro momento, menos servidores, só os que recebem até R$ 3 mil.
O governador alega que com a atual crise econômica que o Brasil vem passando, que atingiu todos os Estados a única forma de pagar será tendo ajuda de Brasília. Ele cobra o FEX, que recebia regularmente de Dilma Rousseff (PT), a quem apoiou o impeachment. Não tem recebido de Michel Temer (PMDB), a quem apoio efusivamente na queda de Dilma. Fará nova cobrança ao presidente. Vai com o pires na mão cobrar também mais recursos para não entrar no rol dos governadores que atrasam os salários. Será que vai conseguir? Na atual conjuntura parece difícil.