Advogada e Gestora da Apor prestam depoimento à CEI da Santa Casa e negam conflitos de interesse

A advogada Sílvia Machado Muchugata e a gestora da Associação dos Pacientes Oncológicos de Rondonópolis (Apor), Maria Marleide Ferreira Narciso, prestaram depoimento à Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga a situação financeira da Santa Casa de Rondonópolis. Os depoimentos ocorreram na Câmara de Vereadores e tiveram como foco as relações entre a Apor, a Santa Casa e os serviços prestados por ambas as depoentes.

Sílvia Muchugata nega conflitos de interesse
Em seu depoimento, Sílvia Muchugata negou qualquer conflito de interesse em sua atuação profissional. A advogada foi questionada pelos parlamentares sobre a prestação de serviços voluntários à Apor, enquanto era sócia do escritório de advocacia de Leonardo Rezende, que possuía contrato com a Santa Casa.
Segundo Sílvia, sua atuação na Apor era exclusivamente consultiva, limitada à emissão de pareceres jurídicos e sem envolvimento em litígios. Ela ressaltou que nunca houve contrato formal de honorários com a entidade. “Até 2022 eu prestava atendimento voluntário à Apor. Nunca tive contrato de honorários com a entidade”, afirmou.
Durante o depoimento, a advogada também esclareceu que não teve participação direta no processo de rompimento da parceria entre a Santa Casa e a Apor. Sobre a doação de uma fazenda à Santa Casa, vinculada a uma herança, Muchugata explicou que sua atuação foi apenas consultiva. De acordo com ela, a diretoria da Apor recebeu uma carta escrita à mão de um associado, manifestando a intenção de doação.
“Expliquei que aquela carta não atendia aos requisitos legais para ser considerada um testamento — não tinha testemunhas, não foi lavrada em cartório. Por isso, sugeri que fosse proposta uma ação judicial para validar o conteúdo como testamento. Caso fosse reconhecida sua validade, o documento poderia ser utilizado no inventário”, detalhou. A Apor chegou a requerer na Justiça o valor dessa venda.
Marleide Narciso aponta dificuldades financeiras históricas
Na mesma semana, Maria Marleide Ferreira Narciso, gestora da Apor, também prestou depoimento à CEI. Sua fala foi breve e focou nas atribuições operacionais que exerce na entidade, destacando que não possui poder de decisão dentro da organização.
Questionada sobre sua experiência como administradora da Santa Casa, Marleide reconheceu que os problemas financeiros do hospital são antigos e recorrentes. “A Santa Casa sempre teve problemas financeiros, mas, no período em que fui gestora, conseguimos uma certa equalização da situação”, afirmou aos parlamentares.
Em relação à origem dos recursos da Apor, Marleide esclareceu que a entidade se mantém por meio de doações da comunidade e convênios firmados com o poder público.
Fonte: Da Redação