Equipe de transição de Lula anuncia nomes para Economia e Saúde; ajuda aos pobres e vacinas são prioridades

O vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB) anunciou, nesta terça-feira, novos integrantes da equipe que vai conduzir a transição para o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na função de coordenador-geral, Alckmin terá o reforço de dois conselheiros políticos de seu partido. Ele também revelou os integrantes do grupo técnico de Economia — entre eles, os economistas André Lara Resende e Pérsio Arida — e a função da senadora Simone Tebet (MDB), que estará à frente da Assistência Social.
Para auxiliar Alckmin na coordenação-geral, atuarão o ex-governador de São Paulo Márcio França e o prefeito de Recife, João Campos, ambos do PSB. O ex-ministro Aloizio Mercadante (PT), que coordenou o programa de governo de Lula, ficará responsável pelos grupos técnicos, o que inclui o de Cidades, onde foi alocado Guilherme Boulos (PSOL), além da Assistência Social e da equipe econômica.
Um dos formuladores do Plano Real, André Lara Resende foi presidente do BNDES durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, e compõe o grupo de economistas com Pérsio Arida (um dos pais do Plano Real e x-presidente do BNDES e do Banco Central), além do ex-ministro da Fazenda de Dilma Rousseff (PT) Nelson Barbosa e do professor da Unicamp Guilherme Mello, que integra a Fundação Perseu Abramo e foi um dos principais porta-vozes da campanha do petista para a área econômica.
A futura primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, coordena a organização de posse de Lula, enquanto o coordenador jurídico será o ex-deputado pessebista Floriano Pesaro. Já a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, coordena a articulação política, com grupo de políticos que representam os partidos aliados do presidente eleito.
Ao todo, serão 31 grupos temáticos. Alckmin também assinou nesta terça-feira a portaria que instala o Gabinete de Transição. O local onde a equipe de Lula irá trabalhar fica no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), em Brasília.
SAÚDE
Também já foram iniciados os integrantes do grupo técnico da Saúde. Farão parte da equipe quatro ex-ministros e um ex-secretário. Humberto Costa (PT-PE), um dos indicados para fazer parte da coordenação temática na fase de transição. Médico, Costa foi ministro da Saúde entre 2003 e 2005, durante o primeiro governo de Lula.
Além dele fazem parte do grupo os médicos Alexandre Padilha, ministro da Saúde no primeiro governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), entre 2011 e 2014; José Gomes Temporão, ministro da Saúde no segundo mandato de Lula; Arthur Chioro, também ministro de Dilma entre 2014 e 2015 e David Uip, ex-secretário de Saúde em São Paulo durante o governo de Geraldo Alckmin.
"Gostaria de agradecer ao presidente Lula pelo convite e pela confiança", disse Humberto Costa ao anunciar o grupo temático. "Junto com Temporão, Padilha, David Uip e Chioro, vamos trabalhar para garantir que a saúde no novo governo volte a ser prioridade".
Segundo o senador, a coordenação será colegiada e esta semana haverá reunião para discutir temas estratégicos.
Na lista de cotados para assumir o Ministério da Saúde no novo governo de Lula, David Uip é próximo de Alckmin e atualmente ocupa o cargo de secretário de Ciência, Pesquisa e Desenvolvimento em Saúde do governo de São Paulo.
Na semana passada, o infectologista deixou o PSDB depois de 27 anos de militância em que se transformou na maior referência do partido na área. Ele tomou a decisão por causa da "bolsonarização" da legenda.
Uip coordenou o Centro de Contingência contra a Covid-19 no governo de João Doria, e liderou a resistência dos médicos de São Paulo ao negacionismo do presidente Jair Bolsonaro (PL).
Chegou a ser atacado diretamente pelo presidente da República e teve a sua receita pessoal de medicamentos divulgada ilegalmente em redes sociais quando se tratou da Covid-19.
Já o nome de Alexandre Padilha era cotado para assumir o Ministério da Fazenda no futuro governo Lula, mas perdeu força ao não ficar entre os quatro escolhidos para a coordenação da área econômica e agora foi indicado para o grupo da Saúde.
Ontem (8), Padilha falou sobre estratégias de vacinação no futuro governo "O pai Lula mandou avisar que já vai chegar vacinando geral. O plano é tirar o atraso já no comecinho do ano com uma super campanha de vacinação", escreveu nas redes sociais. "A melhora dos índices de cobertura vacinal de todas as doenças é prioridade do próximo governo. O Zé Gotinha vai voltar".
Segundo Alckmin, os nomes escolhidos para o governo de transição podem não ser nomeados para a gestão de Lula em 2023.
"O presidente Lula deixou claro que a transição, os que vão participar da transição, não têm relação direta com o ministério, com o governo. Podem participar, podem não participar, mas são questões bastante distintas. Esse é um trabalho de 50 dias", disse à imprensa.
Da Redação (com agências de notícias)