Antônio Wagner desiste de candidatura ao governo pelo PDT, mas reforça críticas a Mauro Mendes

O advogado e sindicalista Antônio Wagner de Oliveira anunciou ontem (02) a desistência de sua pré-candidatura ao governo do estado pelo PDT. Ele disse que faltou suporte ao projeto e por isso preferiu não se desincompatibilizar das funções sindicais dentro do prazo estabelecido pela Justiça Eleitoral, que expirou nesta quinta-feira. A informação foi divulgada durante uma live com os jornalistas Eduardo Ramos e Lucas Perrone transmitida pelo canal do Regional MT.
Antonio Wagner é servidor público, secretário geral do Sindicato dos Profissionais da Área Instrumental (Sinpaig/MT) e presidente em exercício da Central dos Sindicatos Brasileiros em Mato Grosso. A inclusão do nome dele como candidato ao governo foi proposta pela direção do PDT, mas ele diz que faltou apoio.
“Não senti uma ressonância interna mais efetiva. Havia o risco de sair da minha entidade sindical e depois não conseguir viabilizar a candidatura devido a uma perseguição do Governo do Estado”, explicou.
Durante a live, Antonio Wagner disse que há uma movimentação de cooptação da classe política pelo poder econômico para inviabilizar candidaturas oposicionistas.
Ele chegou a citar a filiação do prefeito de Lucas do Rio Verde, Miguel Vaz Ribeiro, ao União Brasil (UB) mesmo partido do governador Mauro Mendes. O vice-prefeito do município, Márcio Pandolfi, é pré-candidato a deputado estadual pelo PDT e, conforme Wagner, poderia ser pressionado a desistir caso os trabalhistas insistissem numa candidatura própria ao governo.
“A gente sabe que o governo joga muito pesado” , afirmou. “Mas fico envaidecido por saber que as pessoas entendem que eu tenho condição intelectual de fazer um debate de igual para igual com o governador do Estado, que é um ser humano como qualquer outro”.
QUESTIONAMENTOS
Apesar de estar fora do páreo, Antonio Wagner disse esperar que a campanha eleitoral contemple o debate de questões que estariam sendo negligenciadas pelo atual governo. Ele apontou como exemplos o tratamento dispensado aos servidores públicos e a falta de transparência sobre o orçamento público e as renúncias fiscais.
“Minha candidatura era uma ‘ideia-força’ alimentada pelo sentimento do servidor de completa indignação e revolta com o governo. Ele (governador) critica os funcionários, mas não fala que os grandes privilegiados são os barões do agronegócio que têm quase 10 bilhões em renúncias fiscais que não são devidamente explicadas”.
“É preciso explicar, por exemplo, qual a contrapartida social e quantos empregos são gerados quando você abre mão de recolher R$ 100 milhões de uma determinada multinacional do agro. Essas coisas precisam ser debatidas”, defendeu.
Da Redação