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Ar-condicionado sem limpeza pode causar doenças que levam à morte

Os aparelhos de ar-condicionado são essenciais para que possamos suportar as altas temperaturas. Esta necessidade é admitida até pela Justiça, que proíbe, por exemplo, a penhora desses equipamentos. Mas, ao mesmo tempo que nos protegem do desconforto do calor extremo, eles também podem causar doenças graves devido à falta de limpeza e manutenção adequadas.

“Eu já encontrei lagartixas, baratas, aranhas e até ratos dentro de aparelhos de ar condicionado. Isso sem falar na sujeira que pode conter elementos que são invisíveis a olho nu, mas muito nocivos à saúde como os vírus”, alerta Lázaro Pacheco, um profissional que há mais de17 anos faz manutenção e limpeza desses aparelhos em Rondonópolis.

A médica pneumologista Marciléia Cavalcante diz que é comum se deparar com pessoas que adoeceram após terem contato com fungos e bactérias que se alojam em equipamentos sem manutenção.  

As doenças mais comuns (veja quadro abaixo) são a rinite alérgica, asma brônquica (conhecida popularmente como bronquite), amigdalite, a doença do legionário e também o ressecamento do muco pulmonar.

“As altas temperaturas em nossa região exigem o uso desses aparelhos em nosso dia-a-dia, seja em casa, no trabalho ou nos veículos. O ar condicionado não é um vilão, mas é preciso que eles sejam limpos regularmente para evitar o risco de propagação de doenças respiratórias”, explica a médica

MORTE DE MINISTRO

Nos casos mais extremos, algumas dessas doenças podem até levar à morte. Foi o que ocorreu em 1998 com o então ministro das comunicações, Sérgio Motta, uma das vítimas da Doença do Legionário, causada por bactérias do tipo Legionella pneumophyla que estavam alojadas no duto de ar condicionado de seu gabinete em Brasília.

O caso teve grande repercussão e acabou resultando numa série de normas visando a prevenção. A primeira delas foi a Portaria nº 3523, publicada pela Anvisa no mesmo ano da morte de Sérgio Mota. Depois veio a Resolução 176/2000, que foi revisada em 2003, e por último tivemos a edição da Lei 13.589, sancionada em 2018.

De modo geral, todas elas estabelecem a obrigatoriedade de um Plano de Manutenção, Operação e Controle dos aparelhos de climatização, tornando a não observância uma infração sanitária sujeita a várias sanções.

“O ideal é que a cada seis meses seja feita a limpeza e manutenção por um profissional especializado na área. As normas da Anvisa chamam especial atenção para a climatização em grandes ambientes, como shoppings e cinemas. Mas é preciso tomar cuidado em todas as situações, incluindo os aparelhos instalados em casa e nos veículos”, destaca a doutora Marciléia.

Eduardo Ramos – da Redação

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