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terça-feira, maio 7, 2024

Assembleia definiu: professores do Estado entram em greve na próxima segunda-feira por tempo indeterminado

Em assembleia realizada na tarde desta segunda-feira, 5, na quadra da Escola Estadual Presidente Médici, os professores de Mato Grosso decidiram, por unanimidade, entrar em greve, a partir da próxima segunda-feira, 12, por tempo indeterminado. Cerca de 400 pessoas lotaram a quadra da escola para participar da assembleia comandada pelo Sintep.

A categoria reivindica posse imediata dos classificados no concurso público e realização de um novo, pagamento de hora-atividade para professores contratados e que 35% das arrecadações do Estado sejam repassados para a Educação, conforme determina a Constituição Estadual.

O professor de matemática Álvaro Ormond tentou dar um novo direcionamento nas propostas, afirmando que tem que começar a ser discutida também a qualidade e eficiência do programa elaborado pelo poder público em 1996, a Escola Ciclada.

Para o professor de física Johny Figueiredo esse modelo de ensino destrói todo trabalho realizado. “No papel é maravilhoso. Mas faltam professores para fazer acompanhamento do aluno que não alcançou as médias”. Johny reclama que o aluno chega ao ensino médio com diversas deficiências de aprendizado.

Um professor contratado da Escola Estadual Diva Hugueney de Siqueira Bastos, que não quis se identificar publicamente, reclamou da estrutura: “As salas tem ar condicionado, tem piscina, mas não tem energia o suficiente”. O físico Johny Figueiredo Pereira diz que isso é recorrente. “Quando a escola tem um gerador eficiente, a estrutura elétrica é ruim”.

“Em média, 80% dos professores são contratados. Eles não recebem hora-atividade, horário destinado à programação das aulas”, queixou-se o professor da Escola Diva Hugueney.

Para o presidente do Sintep/MT, Henrique Lopes do Nascimento “é inadmissível ter professores que passaram em concurso e ainda não terem sido chamados”. Por isso, os profissionais estão trabalhando como “contratados”.

Os professores se reuniram quinta-feira, 25, com o Governo do Estado que os chamou para conversar quando entendeu que a categoria estava levando a sério a proposta de greve. Henrique questionou : “Como o governador quer ser lembrado sobre sua obra na Educação?”.

O governador Silval Barbosa foi criticado por vários profissionais presentes no local, hoje. “Ele está querendo nos enrolar” e “Nós não somos imbecis” – reclamou um professor ao comentar que essa luta é antiga e que o governo sempre tenta achar uma brecha para evitar a discussão do setor educacional.

A categoria reivindica também: recomposição anual do piso salarial de no mínimo 10,41% acima da inflação de forma a dobrar o poder de compra a médio prazo e assim equiparar os vencimentos dos trabalhadores da Educação às demais carreiras do Executivo Estadual; revisão imediata da política de isenção fiscal; profissionalização de todos os trabalhadores da Educação e melhoria da estrutura física das escolas.

Ficou marcada para dia 13 a realização de uma assembleia para definir novos rumos da greve, que começa dia 12.

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