Boatos e notícias falsas prejudicam campanhas de vacinação

Ao mesmo tempo que aproximam as pessoas, aplicativos de troca de mensagens e redes sociais fazem parte do cenário que impede a população de se proteger de doenças como febre amarela, gripe e sarampo.
Boatos espalhados pelo WhatsApp, Twitter e Facebook, por exemplo, tem influenciado na queda do alcance das campanhas de vacinação no Brasil desde 2016, segundo o Ministério da Saúde.
"Um dos fatores que levamos em conta, que prejudicou e ainda prejudica a imunização são as fake news", explica o chefe da Assessoria de Imprensa e Informação do Ministério da Saúde, Renato Strauss.
Outros fatores influenciam a queda, que ficou entre 70% e 75%, como o sucesso das campanhas passadas até a mudança de jornada de trabalho das pessoas.
Com o intuito de reforçar o combate às notícias falsas, o governo federal inicia na última quinta-feira (20) uma campanha digital para combater boatos e mentiras sobre vacinação.
Na ação, imagens e vídeos trazem exemplos de mentiras que circulam na internet e convidam o cidadão a refletir sobre o conteúdo que compartilha nas redes.
"Muita mentira está sendo divulgada, e quem não tem o hábito de checar acaba se tornando vítima dessa desinformação.
Queremos mostrar que nem tudo que chega para as pessoas é verdade, especialmente quando falamos de saúde pública", disse o secretário de Comunicação Digital e Inovação da Presidência da República, Wesley Santos.
Do lado contrário, quem compartilha as mentiras geralmente acredita no que está lendo e faz isso com boas intenções.
Além disso, o advento da internet e redes sociais apenas facilitou esse processo – que é, aliás, muito antigo.
"Fake news de maneira geral são muito antigas. No Brasil, ocorre basicamente desde a proclamação da República. No mundo, é um fenômeno que se observa desde o Império Romano.
A diferença é que antes você precisava de papel, impressora, uma base sólida para fazer a informação circular. Com a internet, isso é muito mais fácil", explicou.