Bolsonarista que matou colega após discussão política já havia matado outra pessoa para roubar

Apesar de se autodenominar um defensor da família e dos bons costumes, o homem preso por assassinar um colega de trabalho por divergência políticas tem uma extensa ficha criminal. É o que mostra levantamento feito pelo Poder Judiciário da vida pregressa de Rafael Silva de Oliveira, 24 anos, que ontem teve a prisão preventiva decretada pelo juiz Carlos Eduardo Pinho Bezerra de Menezes, da 3ª Vara da Comarca de Porto Alegre do Norte.
O crime ocorreu em uma fazenda a 34 km de Confresa, na noite do feriado de 7 de setembro, onde os dois trabalhavam. As informações prévias apontam que a vítima, o trabalhador Benedito Cardoso dos Santos, de 44 anos, disse que pretendia votar no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e, por isso, passou a ser agredido por Rafael – que é defensor da candidatura de Jair Bolsonaro.
Atacado com socos e pontapés, Benedito ainda tentou fugir, mas foi perseguido e alcançado pelo assassino. Rafael desferiu vários golpes de faca e ainda usou um machado para matar o trabalhador. O criminoso foi preso horas depois, quando tentava conseguir dinheiro para deixar a região.
Ao analisar a ficha pregressa do bolsonarista criminoso, o juiz Carlos Eduardo constatou que Rafael já responde por crime de latrocínio (roubo seguido de morte) na 3ª Vara Criminal de Cuiabá e também já foi preso em flagrante por estelionato e falsificação de documentos.
O magistrado determinou a prisão preventiva para impedir que Rafael tente fugir e pratique outros crimes durante a instrução processual.
O juiz considerou o crime gravíssimo e chamou a atenção para a necessidade de impedir que o livre exercício democrático seja cerceado pela violência.
“Em um Estado Democrático de Direito, no qual o pluralismo político é um dos princípio fundamentais, torna-se ainda mais reprovável a conduta do custodiado (Rafael). A intolerância não deve e não será admitida, sob pena de regredirmos aos tempos da barbárie”, destacou o magistrado
OUTRO CASO
Também nesta semana foi registrado um outro caso de violência decorrente da intolerância política. Em Sorriso um casal de jovens foi agredido por causa de uma postagem na internet em que satirizavam o presidente Jair Bolsonaro.
A ocorrência foi registrada pelas vítimas, um rapaz de 22 anos e a namorada dele, de 20 anos. As agressões foram praticadas pelo padrasto do rapaz. O agressor é bolsonarista e estava embriagado.
“Ele chegou bêbado e gritando. Arrombou a porta do quarto e partiu pra cima da gente”, disse o jovem no Boletim de Ocorrência.
O caso segue sob investigação policial.
Eduardo Ramos – Da Redação