ECONOMIAPOLÍTICA

Brasil e China firmam 20 acordos e reforçam parceria estratégica para os próximos 50 anos

Durante visita oficial à China, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva celebrou a assinatura de 20 atos bilaterais com o governo chinês, marcando um novo capítulo na relação entre os dois países. A cerimônia de assinatura foi realizada em Pequim com a presença do presidente chinês Xi Jinping, ministros, autoridades e representantes de ambos os governos. Os acordos abrangem áreas como comércio, tecnologia, meio ambiente, agricultura, inteligência artificial, saúde e cooperação financeira.

A visita reforça o compromisso do Brasil com o fortalecimento do multilateralismo e da cooperação entre países do sul global. Em sua declaração à imprensa, o presidente Lula destacou a importância estratégica da China como principal parceiro comercial do Brasil e enfatizou que a relação bilateral é essencial para o desenvolvimento sustentável, a estabilidade econômica e a promoção da paz global.

“A comunidade de futuro compartilhado por um mundo mais justo e um planeta sustentável é uma alternativa às rivalidades ideológicas”, disse Lula. Ele também ressaltou o crescimento expressivo do fluxo comercial entre os dois países desde seu primeiro mandato: de US$ 6,6 bilhões em 2003 para cerca de US$ 160 bilhões em 2023, com tendência de alta.

Entre os acordos assinados, destacam-se protocolos de cooperação na exportação de carnes, grãos e farelo de amendoim, memorandos sobre energia nuclear, inteligência artificial, restauração ambiental e sumidouros de carbono. Houve ainda entendimento para o uso conjunto de dados espaciais e desenvolvimento de projetos satelitais para monitoramento ambiental e climático. Também foram firmadas iniciativas voltadas à integração postal, turismo e incentivo à indústria naval brasileira.

O presidente Lula reiterou a defesa de um comércio internacional baseado em regras justas e criticou o protecionismo e as guerras tarifárias, que, segundo ele, “não têm vencedores e prejudicam os mais vulneráveis”. Xi Jinping, por sua vez, afirmou que China e Brasil compartilham valores e interesses comuns e que pretendem ampliar a confiança mútua e a integração econômica.

A pauta internacional também foi tema dos discursos. Ambos os líderes defenderam a urgência de uma resolução política para o conflito entre Rússia e Ucrânia. Lula expressou otimismo com a possibilidade de negociações de paz e lamentou as consequências humanitárias de conflitos armados em várias regiões do mundo. Ele também reafirmou a posição brasileira em defesa de um Estado Palestino viável como condição para a paz no Oriente Médio.

Durante a visita, foi anunciado o “Ano Cultural Brasil-China” para 2026, com o objetivo de aprofundar os laços culturais entre as duas nações e incentivar o turismo. Lula também destacou a próxima COP 30, que será realizada em Belém (PA), como marco global para enfrentamento da crise climática.

Por fim, o presidente brasileiro afirmou que os BRICS devem se consolidar como um espaço estratégico para a coordenação do sul global. “Apesar dos mais de 15 mil quilômetros que nos separam, nunca estivemos tão próximos”, concluiu.

Fonte: Da Redação

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