EDUCAÇÃO

Reeducandos lançam livro com histórias da própria vida

“Escrevendo, Sou Livre”. Este é o título do livro lançado nesta terça-feira, (14) na penitenciária Major Eldo Sá Correa, na Mata Grande. A obra reúne fragmentos de textos da infância, dos vícios, das frustrações, da vida em família e das perspectivas de liberdade dos reeducandos que participam da Educação de Jovens e Adultos (EJA). São 1000 exemplares que serão distribuídos na própria unidade, em bibliotecas públicas e nas instituições de ensino.
A professora e agente prisional, Creuza Rosa Ribeiro, responsável pela coordenação do setor de educação no presídio, explica que a ideia da elaboração do livro começou em 2007, quando a equipe encontrou textos escritos pelos reeducandos. “Estou emocionada por ver que um sonho se tornou realidade. Um livro escrito atrás das grades”, enfatiza.
A secretária de Promoção e Assistência Social, Neuma de Moraes, salienta que o compromisso do prefeito José Carlos do Pátio é recolocar os detentos na sociedade. “O investimento no EJA aqui na penitenciária com a instalação de mais uma sala é prova disto. Esses textos podem ser usados de forma preventiva. Vai servir para os nossos jovens pensarem e refletirem sobre o futuro”, enfatiza.
O diretor da unidade prisional, Raymundo Vasconcelos Dias, acredita que este seja o modelo de ressocialização. “Estamos dando a oportunidade de retornar ao convívio da família com cidadania”, conta.
A secretária de Educação, Marilda Rufino, disse que a sociedade precisa se acostumar com a integração dos reeducandos. “Precisamos levar este projeto adiante para o conhecimento de todos e principalmente, das crianças”, conta.
O tenente coronel do 5º BPM, Pery Taborelli, lembra que o objetivo da pena é a reeducação. “Apóio a iniciativa. Eles mostraram que podem ser ressocializados com cultura”, disse.
A presidente da Fundação Nova Chance (Funac), Neide Aparecida Gomes, responsável pela publicação do livro lembra que as unidades prisionais devem ter investimentos com educação. “Saímos daqui com uma lição. Só a educação transforma”, fala.
O reeducando, Josuel Carlos Nóbrega, destaca a importância da participação na elaboração do livro. “Precisamos que as pessoas fora daqui, percebam que queremos uma chance para mostrar que mudamos. Esta foi uma maneira”, ressalta. Ademar Pereira Arruda agradeceu pela oportunidade de poder expressar o que sente. “Não é fácil falar o que sentimos. Estou muito feliz”, enfatiza.
Familiares, autoridades, câmara de vereadores, representantes de entidades e clubes de serviços, além da imprensa participaram do evento.

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