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Britânicos obtêm documentos sobre ineficácia dos mosquitos transgênicos

Os mosquitos transgênicos liberados pela Oxitec em bairros de Jacobina e Juazeiro (BA), Piracicaba (SP) e Juiz de Fora (MG), com a promessa de reduzir as populações do Aedes aegipti transmissor do vírus da dengue, zika e chikungunya, não funcionam, são caros e colocam a saúde da população em risco. O alerta é do observatório britânico GeneWatch, especializado em pesquisas, políticas e ações envolvendo organismos geneticamente modificados.
Em extenso relatório divulgado no Brasil – Mosquitos Aedes transgênicos da Oxitec: Será que funcionam mesmo? –, os pesquisadores advertem gestores, parlamentares, promotores de Justiça, especialistas e integrantes de conselhos de saúde e meio ambiente sobre a tecnologia desenvolvida pela empresa atualmente controlada pela corporação norte-americana de biotecnologia Intrexon.
Por meio de ferramenta legal de acesso à informação, pesquisadores da GeneWatch obtiveram cópias de e-mails trocados entre gestores de saúde das Ilhas Cayman, território britânico no Caribe, e representantes da Oxitec, empresa que opera também no arquipélago.
Os dados coletados foram então confrontados com informações divulgadas pela própria companhia em meios de comunicação, no site oficial e também em audiências públicas, como no Congresso dos Estados Unidos. A organização analisou ainda resultados de pouquíssimos artigos publicados a respeito em periódicos científicos, que apresentaram lacunas e inconsistências.
É o caso daqueles referentes às experiências realizadas no distrito Itaberaba, em Juazeiro, onde foram liberados Aedes transgênicos em outubro de 2012. Segundo a Oxitec, a redução na população dos insetos selvagens da ordem de 96% – o que foi desmentido por pesquisadores e contestado por revistas especializadas.

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