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sábado, maio 18, 2024

CDL e ACIR falam em pouco otimismo para o fim de ano, mesmo com 13º

O Estudo da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), divulgado na semana passada e que apontou que 68% dos brasileiros pretendem usar o 13º salário de 2014 para pagar dívidas já contraídas, somado ao mal momento da economia, alem do aumento do custo de vários itens essenciais a população, estão fazendo os principais especialistas de Rondonópolis duvidar de um final de ano intenso em vendas para o comércio, como era algum tempo atrás.
De acordo com técnicos da Associação Comercial e industrial de Rondonópolis – Acir e da própria Câmara de Dirigentes Lojistas – CDL não dá para dizer que a palavra de ordem para os últimos dias do ano seja de animação total, visto que o faturamento não deve dar um grande salto, daqueles capazes de fazerem os empresários saírem satisfeitos para uma merecida férias no litoral, no mês de janeiro seguinte.
Leonardo Epifânio, atual tesoureiro da Acir, falou com a reportagem do Folha Regional e pontuou que várias coisas corroboram para que o quadro não seja tão positivo como deveria, mas prefere não usar o termo prejuízo e sim estagnação para discorrer sobre o fim de ano do comércio local em relação ao ritmo normal do restante do ano até agora. As alterações nos ‘gastos domésticos’ são os principais vilões, na visão e Leonardo.
“O que se percebe é uma desestabilização do consumidor pelo atual momento da economia de uma maneira em geral. Creio que não dá nem para cravar que se trata de um mal planejamento pessoal de cada um, até porque necessitaria de um estudo mais aprofundado. Mas superficialmente dizendo, é claro que o aumento da gasolina, da energia elétrica e até do aluguel, que está em vias de ocorrer, faz com que o poder de compra diminua (…) Óbvio que pela data comemorativa de dezembro, que é o natal, haverá um ganho nas vendas, mas certamente não será do tamanho que deveria e da maneira que precisava ser”, analisou o tesoureiro.
Diretor de Produtos e Serviços da CDL, Mauricio Pugas disse que um dos principais exemplos de que a situação não é das melhores será visto na própria contratação de trabalhadores temporários, que normalmente aquece o mercado de trabalho nas épocas festivas e fim de ano. “Já tivemos casos isolados na cidade de empresas que cresciam até 30% do seu quadro de funcionário no fim de ano, mas a média sempre variava entre 15 a 20%. Algum tempo atrás fiz uma estimativa e pensei que em 2014 seria por volta de 10%, mas estou começando a duvidar destes números”, ilustra o diretor.
Maurício diz que em conversa com lojistas a sensação é que a ficha já caiu e que o fim do ano não está causando tanta esperança como outrora. “Nós sempre trabalhamos com a esperança. O rendimento do comerciante é sempre uma incerteza. Mas o que dá para falar é que também não existe um clima de pessimismo, mas é bem verdade que o otimismo não está existindo e isto já é muito ruim”, classifica.
A economia oscilante que o Brasil vive atualmente e a incerteza que paira sobre o mercado financeiro acabam tendo como principais alvos e fontes de recuperação a classe média e consecutivamente os empresários, política esta que é lamentável, na visão de Pugas. “Os empresários não agüentam mais pagar impostos e não adianta fugir da realidade. Quando a corda aperta no Governo Federal ela arrebenta no lado mais fraco e este lado somos nós contribuintes. O 13º sempre foi uma alternativa para se tirar o trabalhador e também o comerciante do vermelho e talvez desta vez isto não será possível”, estimou Maurício, de maneira realista.
Da Redação – Hevandro Soares

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