Economista sugere BNDES a pequenos empresários, mas alerta dificuldades via cooperativas de crédito

O economista rondonopolitano Alexsandro Silva atendeu a reportagem do Folha Regional, na última semana, e explicou que, diferentemente do que se propaga no meio empresarial, há sim a possibilidade de proprietários de pequenos empreendimentos acessarem as linhas de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES para investimentos financeiros ou compra de equipamentos para suas pessoas jurídicas. Dentro desta realidade, ele afirma que o melhor caminho, neste sentido, segue sendo o trabalho com os bancos públicos, já que em uma cooperativa de crédito o processo de liberação ficaria mais burocratizado.
Alexsandro disse que a grande problemática existente na teoria de que o ‘BNDES é só para atender empresas grandes’ se dá pela falta da pouca organização das pequenas. “O BNDES pode ser acessado por todas as empresas, independente do seu tamanho, desde que seja montado um projeto que comprove a saúde financeira capaz de dar segurança a liberação do crédito. O que ocorre é que tudo isto envolve a necessidade de que toda documentação da empresa esteja em dia, bem como toda relação com impostos e tudo mais, o que raramente ocorre com os pequenos e microempresários. As grandes se ‘preparam’ para o BNDES, as pequenas não. Dentro disso, a crítica que se faz popularmente é sem base”, analisou.
O especialista ainda comentou que os bancos públicos, como são os casos do Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, são os melhores e mais rápidos caminhos para se chegar ao BNDES. “A relação com o BNDES, por parte do Banco do Brasil, por exemplo, é direta. Já em uma cooperativa de crédito, por exemplo, onde os cooperados convivem com taxas e juros menores e outras facilidades, dentro do ambiente interno, a dificuldade é muito maior para se buscar não só o BNDES como o Fundo Constitucional de Financiamento – FCO. O Sicredi, para citar um, tem que aguardar uma sobra que vem do Banco do Brasil e requer uma burocracia muito grande para fornecer este serviço aos empresários. E mesmo que a cooperativa tenha suas facilidades, em relação ao BNDES ninguém bate”, frisou.
A diferença na taxa de juros anual, segundo Alexsandro, do dinheiro pego em uma agência normal e no BNDES pode passar dos 12%. “Dentre todas as taxas envolvidas, o empresário pode conseguir um juros de 6% ao ano, no caso do BNDES Finame para compra de maquinários e equipamentos. Já para recursos de investimentos, após comprovar capacidade de pagamento, é possível pagar 9,4% por um financiamento, enquanto nos bancos normais hoje é muito raro alguém conseguir algo menor do que 22% ao ano”, finalizou.
Por Hevandro Soares