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Polícia fala em 18 mortos em operação no RJ, número de vítimas pode ser maior

A Polícia Militar do Rio de Janeiro informou na noite de hoje que a operação no Complexo do Alemão deixou ao menos 18 mortos, entre eles uma mulher e um policial militar. A corporação diz que 16 dos mortos são suspeitos de crimes, mas a identidade deles não foi divulgada para checagem da informação de forma independente.

Há a suspeita de que o número de mortos é ainda maior e a própria PM admite que a lista de vítimas da chacina ainda pode ser atualizado. Durante toda a tarde, moradores do conjunto de favelas da zona norte carioca levaram corpos e pessoas feridas a unidades de saúde da região. Moradores relataram "cenário guerra".

Apesar do grande número de mortos, a operação resultou na apreensão de apenas sete armas —quatro fuzis, uma metralhadora .50 e duas pistolas— e prendeu cinco pessoas. Um suspeito procurado no Pará está entre os detidos.

Segundo as polícias, o alvo da operação eram criminosos do Comando Vermelho, que domina o Complexo do Alemão. A ação policial —que teve início na madrugada de hoje e durou 12 horas— foi feita com equipes do Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar e da Core (Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais) da Polícia Civil.

As polícias não responderam se havia algum alvo de mandado de prisão entre os mortos e limitaram-se a dizer que há mais de 30 mandados de prisão a serem cumpridos no Alemão.

Guilherme Pimentel, ouvidor da Defensoria Pública, afirma que levantou o número de mortos junto ao diretor da UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Alemão —onde chegaram 15 corpos— e da equipe de assistência social do Hospital Estadual Getúlio Vargas —onde chegaram dois corpos, incluindo de um policial militar.

Duas das vítimas têm identidade conhecida: Letícia Salles, 50, atingida por um tiro em um carro, e o cabo da PM Bruno de Paula Costa. De acordo com a PM, o cabo Costa foi atingido durante um ataque à base da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) por criminosos.

De acordo com a Polícia Civil, os mortos ainda estão sendo identificados. A assessoria da Civil prevê a divulgação de todas as identificações até a próxima segunda-feira (25).

Especialistas e estudiosos da Segurança Pública classificam como chacina uma ação com três ou mais mortos. A Chacina do Alemão, com os 18 mortos de hoje, acontece dois meses após a Chacina da Vila Cruzeiro, com 24 mortos, e 16 meses após a Chacina do Jacarezinho, a mais letal da história, com 28 mortos.

 

Da Redação (com FSP)

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