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Profissionais da comunicação ressaltam desânimo popular e falam em eleição equilibrada em MT

O Folha Regional entrevistou nesta semana diversos profissionais da comunicação que talvez façam parte da classe mais capaz de fazer uma avaliação sobre
o cenário que vem por aí para as eleições 2014. Isto porque, os homens do rádio, tv, sites e jornais convivem não só com quem vai votar e decidir os pleitos como quem está pedindo apoio e que colocou seu nome na disposição. Em unanimidade, os jornalistas ouvidos preveem uma eleição equilibrada em Mato Grosso, com
chances reais de vitória tanto para Pedro Taques (PDT), como para
José Riva (PSD) e Lúdio Cabral (PT). Todos ainda confirmam a necessidade de uma mídia bem feita para aumentar as chances de vitória. Os cinco também são diretos
ao dizer que talvez se aproxima as eleições em que o povo esteja mais descrente em toda a história recente brasileira. O jornalista sócio-proprietário
do site Agora MT, Ricardo Costa, crava que terá segundo turno em Mato Grosso
e avalia que a ‘fama’ popular de cada candidato pode ser decisiva na hora do voto. “Com certeza vai ter segundo turno. Eu espero inclusive a eleição mais disputada dos últimos 30 anos (…) Acho que hoje a disputa eleitoral gira entorno do pessoal, não tem jeito. Todo mundo sabe quem é o Pedro Taques, quem é o Lúdio e quem é o Riva. Então o discurso agora vai ficar em segundo plano e nada vai conseguir mudar o estereótipo do candidato nesta altura”. Avalia
Ricardo acredita que a eleição está sendo vista com desconfiança pela maioria da população, em virtude de uma crise de confiança com a classe política.
Ricardo acredita que a eleição está sendo vista com desconfiança pela maioria da população, em virtude de uma crise de confiança com a classe política.
Ele, porém, não imagina que isto seja empecilho e que impeça um
político de fazer as tradicionais visitas a comunidade para pedir voto. “Em alguns lugares talvez ocorra sim esta rejeição, mas talvez isto seja mais realidade dos grandes centros ou no sul. Já no nordeste, amazonas e interior
certamente não. Onde se tem mais cultura e educação as pessoas
discutem mais política, mas falam menos. Mas no nordeste ou no interior de Mato Grosso, a família vai receber o candidato, servir o café e bater um papo
porque isto é da educação deles. A hospitalidade faz com que sejam assim”, diz. Radialista há mais de 30 anos na cidade, Djalma Mancini considera que a desmotivação é tanta que é possível que a eleição passe incrivelmente despercebida pela maioria. “A corrupção é muito grande. O povo não está
nem aí para eleição. E não adianta argumentar que é só com alguns, o entendimento popular coloca todo mundo em vala comum. O que pode amenizar isto é um projeto de mídia bem feito, que ressalte uma proposta diferente, o que até agora não apareceu. Eu acho vamos ter uma surpresa grande, tanto para senado
como para governo (…) Agora pessoalmente, pela primeira vez na minha vida, eu penso em não votar em ninguém, isto é totalmente antidemocrático, mas
estou desmotivado como o todas as pessoas”, finalizou. O jovem repórter da TV
Rondon, afiliada da SBT em Rondonópolis, Victor Santos, vê a população revoltada com a situação atual das principais demandas sociais e considera que o quadro pode piorar com a conduta mostrada pelas primeiras manifestações dos candidatos
ao governo. “No meu ponto de vista todo mundo está muito descrente. O Governo que está aí tem muitas coisas para melhorar na saúde publica, segurança pública e vários outros setores. E para piorar até agora não se tem falado de propostas concretas. Estão começando a partir para a baixaria com ataques pessoais, deixando o campo das ideias para depois. Isto pode ser muito perigoso”, considera o jornalista. O jornalista Lucas Perrone, que atuou por muito tempo
cobrindo política na cidade, afirma que a rejeição está transformando o eleitor em um ser extremamente exigente, o que vai dificultar a vida dos candidatos.
“Minha visão é que teremos uma eleição equilibrada. A disputa pelo voto vai ser mais dura do que estamos acostumada. A população está mais exigente, o voto está
se tornando muito mais difícil de ser conquistado. Tem de ser feito um trabalho da imagem do candidato, que consiga ressaltar muito bem as boas qualidades daquele indivíduo. Eu acredito em segundo turno no Mato Grosso e também na disputa pelo Governo Federal”, opinou. Do site Gazeta MT, o jornalista
Eduardo Ramos, chama atenção para outros fatos que aconteceram que refletem uma instabilidade até mesmo internamente nos partidos políticos. “As convenções ocorreram e muitas delas sem definir os candidatos e as coligações. Ficou para as cúpulas partidárias definirem depois. Isto demonstra uma fragilidade nos
partidos, tanto para mobilizar as pessoas como para se posicionais. O
PPS e PSDB, por exemplo, deixaram o livro aberto”, lembrou. Eduardo argumenta que o primeiro desafio do candidato é convencer o cidadão a não votar
em branco, antes de convencê-lo a apoiá-lo, devido o clima atual de
insatisfação. Com a ficha limpa pela primeira vez plenamente efetivada para reforçar a legislação eleitoral, Ramos diz que será a hora de ver se ela realmente terá a força de mudar algo. “Quero ver a jurisprudência que o TSE irá formar para aplicar o texto. Vamos acompanhar se realmente isto vai funcionar de
verdade”, concluiu.
Da Redação Hevandro Soares

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