Delegado descarta legítima defesa e diz que bolsonarista não mostrou arrependimento

O delegado de Confresa, Victor Donizete de Oliveira, disse hoje (09) que está descartada a hipótese de legítima defesa no caso do bolsonarista que assassinou a facadas e tentou decapitar um eleitor do presidente Lula no município. A vítima, o trabalhador Benedito Cardoso dos Santos, tinha 44 anos e foi assassinada na noite do dia 07 de setembro em uma chácara na região rural do município.
O delegado falou sobre o assunto em uma entrevista ao vivo ao portal UOL. Conforme ele o assassino, Rafael Silva de Oliveira, de 24 anos, falou sobre o assunto com frieza e já passou pela audiência de custódia.
“(Rafael) Não demonstrou arrependimento. Relatou tudo com muita naturalidade. Para ele parecia algo normal”, disse o delegado.
O assassino alega que tudo começou durante uma discussão sobre política, em que cada um defendia seu candidato. Segundo ele, Benedito teria desferido um soco e tentado ataca-lo com uma arma. Mas foi desarmado. Em seguida Rafael disse que perseguiu o desafeto, desferiu uma facada nas costas e depois outras 15 no rosto de Benedito. Além disso ainda pegou um machado e desferiu um golpe contra o pescoço da vítima, tentando decapitá-la.
A versão é contestável, já que não havia testemunhas e pode ter sido formulada pelo assassino para justificar a agressão. Mesmo assim, o delegado é categórico ao descartar a possibilidade de o crime ter ocorrido em legítima defesa.
“No meu entendimento jamais configura a legítima defesa. (Isso) está descartado. Ele poderia ter desistido, pois a vítima já estava correndo e não havia risco eminente para o autor”, afirmou Vitor Donizete.
Rafael continua preso e disse que não deseja falar com a imprensa. O inquérito policial decidiu denunciá-lo por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e meio cruel. “Foram aproximadamente 15 facadas, um ataque cruel contra uma pessoa que estava praticamente indefesa”, concluiu o delegado.
Após o crime o assassino ainda fez fotos e vídeos do corpo da vítima. As imagens foram localizadas no celular dele, apreendido pela polícia.
Ontem o juiz da 3ª Vara Criminal de Porto Alegre do Norte, Carlos Eduardo Pinho Bezerra de Menezes, determinou a prisão preventiva de Rafael, que não é réu primário. Antes desse crime ele já havia sido preso em flagrante por estelionato e falsificação de documento.
Rafael também é acusado de ter cometido um latrocínio (roubo seguido de morte) na região de Cuiabá.
Eduardo Ramos – Da Redação