Derrubada de veto pelo Congresso pode aumentar o valor da energia para a população brasileira.
Decisão do Congresso mantém obrigação de contratar energia de termelétricas a gás e carvão, contrariando política de energia renovável e gerando impacto direto no bolso do consumidor.

O Congresso Nacional derrubou vetos do presidente Lula a trechos de uma lei sobre energia, uma decisão que, segundo cálculos da equipe econômica do governo, pode resultar em um aumento de até 3,5% na conta de luz para os consumidores em todo o país. O impacto financeiro total da medida é estimado em R$ 197 bilhões ao longo de 25 anos. O governo já anunciou que irá editar uma Medida Provisória para reverter os pontos e evitar o aumento.
A polêmica central gira em torno de emendas inseridas em um projeto de lei originalmente destinado a regulamentar a energia eólica em alto mar. Essas emendas, popularmente conhecidas no jargão político como “jabutis”, criam a obrigação de contratar energia de usinas termelétricas movidas a gás natural e a carvão mineral, além de prorrogar contratos existentes para esse tipo de usina.
Como isso afeta a população do Brasil?
Na prática, a decisão do Congresso tem um impacto direto no orçamento das famílias e empresas. O aumento projetado de até 3,5% significa que a conta de luz paga mensalmente por cada consumidor ficará mais cara. Esse custo adicional não se restringe apenas às residências; ele é repassado para toda a cadeia produtiva, podendo encarecer outros produtos e serviços, uma vez que a eletricidade é um insumo essencial para a indústria e o comércio. Adicionalmente, ao obrigar o uso de fontes de energia mais caras e poluentes, como as termelétricas, a medida pode adiar a transição para energias renováveis mais baratas, mantendo o custo geral da energia no país em um patamar mais elevado a longo prazo.
A justificativa do Poder Executivo para o veto original era justamente proteger os consumidores desse aumento e manter o alinhamento do país com as metas de transição para uma matriz energética mais limpa. Em resposta à decisão do Legislativo, o governo comunicou que irá editar uma Medida Provisória “para equalizar” a questão e garantir que “não ocorra nenhum tipo de impacto na conta de luz dos brasileiros”.
O episódio evidencia um cenário de forte disputa entre o Executivo e o Legislativo. A decisão do Congresso é vista no cenário político como uma derrota para o governo, levantando debates sobre a dificuldade de articulação política e a influência de interesses setoriais na pauta energética do país. A situação cria uma incerteza sobre o futuro das tarifas de energia, que agora depende dos próximos passos do governo para anular os efeitos da decisão do parlamento.
Fonte: Da Redação