Dois anos após primeiro caso, cidade começa a viver momento de flexibilização

Sala de reuniões da Prefeitura de Rondonópolis, 17 de março de 2020, de repente o médico infectologista Juliano Bevilacqua entra na sala ao lado da secretaria de Saúde, Izalba Albuquerque e fazem o anúncio que a cidade tinha confirmado o primeiro caso positivo de Covid-19.
Ambos, naquele momento, não disfarçaram a preocupação com o que vinha pela frente, e diante do alerta, Izalba soltou uma frase que, naquele momento, pouca gente levou a sério: “O vírus está circulando entre nós”.
Ela e o médico já sabiam que a guerra contra a Pandemia estava apenas começando e hoje, pouco mais de dois anos, os números mostram que o problema era bem maior do que muitos previam.
A paciente zero de Rondonópolis era uma mulher de que tinha, na época, 59 anos e estava internada. Ela vinha de uma viagem internacional do Egito e naquele momento havia ainda mais dois casos suspeitos.
O médico infectologista Juliano Bevilacqua, informava que estado de saúde da paciente era estável.
Ele orientava à época a população a evitar circular pela cidade e somente ir para hospitais em casos emergenciais. Segundo ele, pessoas que tiverem sintomas de gripe deveriam permanecer em casa e procurar hospitais somente se apresentarem febre alta e dificuldades respiratórias.
O infectologista reforçava que era fundamental buscar reduzir a transmissão do vírus evitando aglomerações de pessoas e contatos com idosos e doentes crônicos. “As pessoas só devem sair de casa por necessidade”.
Dois anos depois a cidade chegou a 44.209 casos com total de 974 mortes.
Os dados da secretaria de Saúde ainda mostram que 43207, o total de pessoas que contraíram o vírus e conseguiram se recuperar.
No entanto, no auge da Pandemia, chegou-se a registrar dez mortes em um único dia e mais de 500 pessoas infectadas com o vírus em um prazo de 24 horas.
No atual estágio, o número de mortes diárias é muito baixo, no dia de hoje, chegou-se a 14 dias sem óbitos, a média de caso diários tem variado entre 2 a 5 por dia.
O clima de estabilidade ocorreu devido ao volume da vacinação: somente em Rondonópolis foram aplicadas 374.547 doses da vacina.
As restrições diminuíram ao ponto de que o uso de máscaras em local fechado passou a ser facultativo.
Mas, os mesmos alertas, feitos pela secretária de Saúde, há dois anos, continuam sendo feitos por ela. “O vírus e a Pandemia ainda não acabou”, é a frase dita por Izalba, a cada entrevista.
Da Redação – Lucas Perrone