EDITORIAL

EDITORIAL: E a Exposul 52?

Parece mentira, mas não é: tudo indica que a maior feira agropecuária do Sudeste de Mato Grosso pode estar com os dias contados. A última edição da Exposul foi um fracasso de público. Os motivos apontados são diversos. Há quem diga que os preços cobrados pelos serviços no Parque eram exorbitantes; outros defendem que a grade de shows não atendeu às expectativas da população; e há ainda quem afirme que a fórmula do evento se desgastou com o passar dos anos.

Primeiro, é preciso analisar o contexto histórico. Está claro que a cidade mudou ao longo dos 51 anos de história da feira, e a Exposul também passou por transformações. Nos primórdios, era praticamente uma feira de pecuária, voltada para a exposição e comercialização de gado local.

Para atrair mais público, surgiu o rodeio, que deu ao evento um caráter mais popular, deixando de ser apenas uma feira de negócios. Com o tempo, o público passou a frequentar a feira também no período noturno, levando famílias, idosos e crianças, o que exigiu a oferta de opções de lazer e alimentação.

Assim, surgiu a necessidade de ampliar as atrações, com parque de diversões e praça de alimentação, inicialmente administrada por entidades assistenciais. Logo depois vieram os shows e apresentações culturais — primeiro regionais, depois, com o público cada vez mais exigente, nacionais.

Entre as décadas de 1980 e 1990, com o avanço da agricultura no município, ficou claro que не bastava expor gado: era preciso atender às demandas dos produtores rurais, oferecendo produtos, equipamentos e treinamentos para acompanhar o momento do setor.

A feira cresceu, exigindo mais espaço e investimento, o que levou à construção do novo Parque de Exposições Vilmar Peres de Farias. Com isso, naturalmente, os custos aumentaram e a cobrança de ingressos se tornou necessária, sobretudo para viabilizar os shows nacionais, cada vez mais caros.

Hoje, está evidente que a Exposul precisa se reinventar. Já não é, há algum tempo, uma feira voltada prioritariamente ao agro, e o momento econômico e social de Rondonópolis é outro. Caberá ao Sindicato Rural identificar as novas demandas e definir qual será o formato da Exposul a partir do próximo ano — sob o risco de ver uma tradição de meio século se perder.

O momento é delicado e exige cuidado. Um erro na edição de 2026 pode colocar a Exposul na UTI; um acerto, no entanto, pode recolocar a feira no caminho do sucesso, como já aconteceu em outras ocasiões.

Parece mentira, mas não é: tudo indica que a maior feira agropecuária do Sudeste de Mato Grosso pode estar com os dias contados. A última edição da Exposul foi umfracasso de público.
Os motivos apontados são diversos. Há quem diga que os preços cobrados pelos serviços no Parque eram exorbitantes; outros defendem que a grade de shows não atendeu às expectativas da população; e há ainda quem afirme que a fórmula do evento se desgastou com o passar dos anos.

Fonte: Da Redação

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