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Em despedida da assistente social que o ‘resgatou’, repentista agradece

Há 24 anos longe de Chã Preta, uma cidade na zona da mata alagoana, o repentista Cícero Vieira Brandão decidiu que vai voltar para sua terra natal, depois de passar mais de duas décadas em Rondonópolis. Nesta quinta-feira (27), ele reencontrou Josana Maria de Andrade, a assistente social que atuava na rede municipal, em 1998, e que iniciou um trabalho de reinserção de Cícero, então morador de rua, e que o fez um ‘novo homem’, que agora retorna livre do álcool para sua família.

No bate-papo emocionado com a profissional, ele relembrou os tempos difíceis e testemunhou o grau de confiança que criou com Josana. “Eu liguei para meu irmão, quando morava na rua, e ele me falou para procurar ajuda. Quando ele viu que eu estava sendo cuidado, ele mandava dinheiro, mas vinha na conta dela e era ela quem me ajudava em tudo na minha vida”, disse, arrancando lágrimas da assistente social.

Josana disse que apesar de ser uma profissão, o trabalho de um assistente social deve ser mais do que apenas exercer o que aprendeu na teoria. “É uma relação pessoal realmente e que ouvindo relatos como o dele nos enche de esperança. É claro que o sucesso vai sempre depender da vontade da pessoa em querer mudar, mas temos de ter a sensibilidade de estabelecer um vínculo confiável e cada vez mais fortalecido, como é inclusive a nomenclatura dada pelo Governo Federal para o serviço que abrange este tipo de amparo a pessoas em situação de risco”, comenta.

Cícero hoje recebe, por meio do trabalho feito pela Secretaria Municipal de Promoção e Assistência Social, em todos estes anos, o benefício de prestação continuada – BPC, em virtude de ter perdido mais de 80% da visão. Ele também foi contemplado com uma habitação em um programa federal e durante todo o tempo que viveu em Rondonópolis era atendido por uma medica particular e nunca teve de dar um centavo por nenhum exame ou consulta.

“Eu conheço 11 Estados e já achei muito lugar bom, mas igual aqui em Rondonópolis não tem não”, disse o repentista, autor de versos sobre a cidade que o acolheu, em tom de despedida. “Mas uma hora volto”, finalizou.

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