Em pronunciamento Lula, classifica tarifa como “chantagem inaceitável” e acusa políticos brasileiros de “traição”

Em pronunciamento oficial, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, apresentou a posição do governo brasileiro sobre a tarifa de 50% anunciada pelos Estados Unidos, classificando a medida como uma “chantagem inaceitável” e um “grave atentado à soberania nacional”. Em sua fala, o presidente defendeu a autonomia das instituições brasileiras, rebateu os argumentos comerciais norte-americanos com dados e anunciou as medidas que serão tomadas para proteger a economia do país.
Defesa da Soberania e Crítica Interna
O presidente dedicou parte do discurso à defesa do Poder Judiciário brasileiro, afirmando que qualquer tentativa de interferir em suas decisões é uma violação da soberania do Brasil. Lula também expressou forte indignação com o apoio de alguns políticos brasileiros à medida norte-americana, classificando-os como “verdadeiros traidores da pátria” que não se importam com os danos causados à economia e à população.
Lula refutou as justificativas dos EUA sobre práticas comerciais injustas, que chamou de “falsas alegações”. Segundo o presidente, os Estados Unidos acumularam um superávit comercial de 410 bilhões de dólares com o Brasil nos últimos 15 anos. Ele também destacou avanços do país em outras áreas, como a redução pela metade do desmatamento na Amazônia em dois anos e a eficiência do sistema de pagamentos Pix, que definiu como “um patrimônio do nosso povo”.
O governo brasileiro, segundo Lula, já está se mobilizando para uma “grande ação conjunta” que envolve setores produtivos, sindicatos e a sociedade civil para a defesa do país. O presidente afirmou que, se necessário, o Brasil utilizará todos os instrumentos legais disponíveis para proteger sua economia, citando especificamente o acionamento da Organização Mundial do Comércio (OMC) e a aplicação da “lei da reciprocidade”, já aprovada pelo Congresso Nacional. A busca por novos mercados e a construção de parcerias com a União Europeia, Ásia, África e América Latina também foram mencionadas como parte da estratégia.
Abordando outro ponto usado como justificativa para as tarifas, o presidente afirmou que a soberania nacional também se aplica à atuação de plataformas digitais estrangeiras. Ele declarou que todas as empresas são obrigadas a cumprir as regras brasileiras e que “ninguém está acima da lei”, ressaltando a necessidade de proteger a população contra crimes e desinformação veiculados nas redes.
Fonte: Da Redação