Escócia é o primeiro país do mundo a dar produtos menstruais para mulheres

Na última segunda-feira (15) a Escócia se tornou o primeiro país do mundo a declarar acesso gratuito a produtos para menstruação, como absorventes internos e externos. Com a entrada em vigor da nova lei, o país que forma parte do Reino Unido (junto com Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte) procura garantir o acesso aos produtos higiênicos sem custo para as mulheres.

Conhecida como "Lei dos produtos para a menstruação", a nova legislação destaca que autarquias públicas e instituições educativas devem criar métodos para oferecer esses produtos gratuitamente.

Desde 2017, a Escócia investiu cerca de US$ 30 milhões (cerca de R$ 155 milhões) para fornecer absorventes higiênicos internos e externos em locais públicos.

Georgie Nicholson, diretora da ONG Hey Girls, dedicada ao fornecimento gratuito deste tipo de produto em todo o Reino Unido, diz que a organização havia realizado um estudo antes da pandemia indicando que, em algum momento da vida, uma em cada quatro mulheres na Escócia já enfrentou a pobreza menstrual — a falta de acesso a absorventes.

"Existe uma forma muito simples de descrever a pobreza menstrual: vá ao supermercado e escolha entre comprar um pacote de macarrão ou uma caixa de absorventes. É algo básico a este ponto", afirma ela.

"Ouvimos de muitas mães que elas ficam sem sua proteção no período menstrual para poder alimentar seus filhos e usam coisas como jornais ou pão… porque são mais baratos que os absorventes higiênicos", acrescenta Nicholson.

Segundo ela, trata-se de um marco "realmente enorme" o fato de a Escócia se tornar o primeiro país do mundo a oferecer produtos gratuitos para a menstruação.

Na América Latina, o maior passo que já foi dado neste sentido ocorreu na Colômbia, que zerou o imposto de consumo sobre os absorventes internos e externos.

No Brasil, a Lei 14.214, de 6 de outubro de 2021, instituiu o Programa de Proteção e Promoção da Saúde Menstrual, destinado a fornecer absorventes gratuitos para estudantes de baixa renda, mulheres internadas em unidades de atendimento social, presidiárias e em situação de rua ou vulnerabilidade extrema. A distribuição do material ainda não começou.

Segundo a Unicef, o braço da ONU para a infância e a adolescência, mais de 4 milhões de meninas não têm acesso a itens mínimos de cuidados menstruais nas escolas.

 

Da Redação (com informações da BBC Brasil)

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