INTERNACIONAL

EUA e China selam acordo para redução de tarifas comerciais por 90 dias

Os Estados Unidos e a China concordaram, nesta segunda-feira (12), em reduzir temporariamente as tarifas recíprocas, marcando um significativo alívio nas tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.

As tarifas serão reduzidas em mais de 115 pontos percentuais de ambos os lados. As tarifas da China sobre produtos americanos cairão de 125% para 10%, enquanto os impostos dos EUA sobre as importações chinesas também serão reduzidos de 125% para 10%. No entanto, a China continuará a enfrentar uma tarifa adicional de 20% relacionada ao fentanil.

O avanço ocorreu após intensas negociações comerciais entre representantes dos EUA e da China, realizadas no fim de semana na Suíça.

As tensões entre China e Estados Unidos se intensificaram após o presidente Donald Trump anunciar, no mês passado, tarifas de 145% sobre produtos chineses. Em retaliação, Pequim impôs tarifas de 125% sobre uma série de bens americanos.

Após a adoção das medidas, Pequim e Washington estabelecerão um mecanismo para dar continuidade às discussões sobre as relações econômicas e comerciais. “Essas discussões poderão ser conduzidas alternadamente na China e nos Estados Unidos, ou em um terceiro país, mediante acordo entre as partes”, diz comunicado conjunto divulgado pelos dois países.

“Tivemos conversas muito produtivas e acredito que o local, aqui no Lago Genebra, acrescentou grande equanimidade ao que foi um processo muito positivo”, disse o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, em uma entrevista coletiva.

“Chegamos a um acordo para uma pausa de 90 dias e uma redução substancial dos níveis tarifários. Ambos os lados das tarifas recíprocas reduzirão suas tarifas em 115%”, disse Bessent.

Para o secretário do Tesouro dos EUA, ambos os países defenderam muito bem seus interesses. “Temos um interesse comum em um comércio equilibrado, e os EUA continuarão avançando nessa direção.”

O vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, adotou um tom mais comedido em suas declarações, mas também reconheceu “avanços substanciais” após as conversas, que ocorreram na residência oficial do embaixador da Suíça junto às Nações Unidas, às margens do Lago Genebra.

Por outro lado, a mídia estatal chinesa tem buscado mostrar Pequim como vitoriosa nas negociações. “O que os EUA realmente precisam fazer neste momento é valorizar a boa vontade da China”, afirmou um comentário da agência estatal de notícias Xinhua, publicado após a conclusão das negociações no domingo. “Esse tipo de boa vontade e paciência tem limites e jamais será usado contra aqueles que nos reprimem e chantageiam sem trégua ou não hesitam em voltar atrás em sua palavra.”

Hu Xijin, ex-editor do jornal estatal Global Times, escreveu que a China “não cedeu um centímetro em termos de seus princípios”. “Acredito que esse ponto de virada é precisamente o resultado da coragem da China em lutar”, escreveu ele no microblog Weibo.

Pequim também reiterou que a necessidade de um acordo partia dos Estados Unidos, e não da China.

Fonte: Infomoney

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