POLÍTICA

Ex-governador afirma que deixou mais de R$ 680 mi para Taques

ex-governador Silval Barbosa (PMDB), réu na operação penal derivada da Operação Sodoma, voltou a rebater as acuações feitas pelo governo de Pedro Taques (PSDB) quanto ao valor deixado por ele na Conta Única do Estado.

De acordo com o revelado pelo secretário de Estado de Fazenda (Sefaz), Paulo Brustolin, no início do ano de 2015, o atual Governo do Estado encontrou apenas R$ 84 mil de saldo na Conta Única do Estado.

Após mais de um ano do início da gestão Taques, o ex-getor estadual desmentiu as acusações do secretário da Sefaz e afirmou ter deixado mais de R$ 680 milhões nas contas do Executivo.

A declaração foi dada durante interrogatório à juíza Selma Arruda, da Vara de Combate ao Crime Organizado, na tarde desta terça-feira (23).

Ao fim da audiência o ex-gestor estadual falou com a imprensa e reafirmou sua declaração.
“Em todas as contas do Governo eu deixei R$ 680 milhões em saldo. E mais R$ 80 milhões que já havia pagado antes do dia 31 de dezembro de 2014 e que estornaram”, declarou o peemedebista.

Além disso, ele declarou que não houve melhor governo do que o dele, que realizou várias obras e deixou o “legado” da Copa do Mundo.

“Não tem um governo que fez tanto para o Estado de Mato Grosso como o meu. Realizei a Copa do Mundo, em que foi uma das melhores sedes. Fiz mais de 115 obras. Promovi melhorias na área da segurança pública. Contratei mais de quatro mil efetivos na segurança. Nunca ninguém investiu tanto nos órgãos de controle como eu. Dos pouco mais de 20 auditores, foi autorizada a contratação de 100, contratados mais 75. O número de procuradores aumentou para 70”, disse o político.

“Sempre paguei os salários dos servidores em dia, nunca discuti reposição inflacionária”, acrescentou.

“Para o Governo trabalhar”

Silval também entregou um relatório à juíza sobre os valores deixados pelo seu governo em programas como o Mato Grosso Integrado e Prodetur.

“Deixei dinheiro para o governador trabalhar. Recursos que eu demorei mais de quatro anos para conseguir. Mato Grosso Integrado era R$ 1,416 bilhão e ficaram R$ 850 milhões para ser investido. O Prodetur era R$ 250 milhões e ficaram R$ 190 milhões em conta. Recuperação de asfalto, eu tenho convênio com o Banco do Brasil, de R$ 250 milhões. Estas pontes que estão sendo inauguradas no interior foram feitas com tudo o que deixei”, disse o peemedebista.

Operação Sodoma

Silval Barbosa é acusado de liderar um suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro, que teria lucrado R$ 2,6 milhões, entre 2013 e 2014, por meio de cobrança de propina para a concessão de incentivos fiscais pelo Prodeic (Programa de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Mato Grosso).

Ele está preso no Centro de Custódia da Capital desde setembro de 2015 e também possui outro decreto prisional contra si, relativo à Operação Seven, deflagrada no dia 1º de fevereiro.

Além de Silval, também foram presos por acusações semelhantes os ex-secretários de Estado Pedro Nadaf (Indústria e Comércio e Casa Civil) e Marcel de Cursi (Fazenda).

Também são réus na ação penal: Francisco Andrade de Lima Filho, o Chico Lima, procurador aposentado do Estado; Sílvio Cézar Corrêa Araújo, ex-chefe de gabinete de Silval Barbosa; e Karla Cecília de Oliveira Cintra, ex-secretária de Nadaf na Fecomércio.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo