Relator do Orçamento da União prioriza região Centro-Oeste

Prioridade para o Estado, os investimentos em infra-estrutura não devem ser afetados pela crise econômica mundial. Em reunião com o senador relator geral do Orçamento da União, Delcídio Amaral, o governador Blairo Maggi frisou a importância dos investimentos federais para o desenvolvimento mato-grossense, principalmente em obras de asfaltamento e conservação de rodovias. O encontro aconteceu nesta sexta-feira (17.10) no Palácio Paiaguás, com a presença do vice-governador Silval Barbosa, do secretário de Desenvolvimento do Centro-Oeste, José Antonio Silva Parente, e dos deputados Ademir Bruneto (Estadual) e Wellington Fagundes (Ferderal).
Delcídio Amaral ouviu do chefe do executivo estadual as obras que são fundamentais para o desenvolvimento de Mato Grosso. “Foi uma reunião onde se estudou formas que estes projetos sejam contemplados no orçamento geral da união”. Para isso, o senador detalha duas rubricas, uma de Faixa de Fronteira, a outra é a de Infra-estrutura para o Desenvolvimento Econômico. “Nós estamos em sintonia. O crescimento de Mato Grosso é importante para Mato Grosso do Sul, e temos tudo para fazer uma operação combinada que atenda os dois Estados e o Centro Oeste”.
O relator explica que a comissão está esperando do Governo Federal, até o final deste mês, uma revisão dos parâmetros que foram utilizados para o orçamento 2009. Serão reanalisados itens como a inflação, o câmbio, crescimento do PIB e taxa de juros, para aí ser possível uma reavaliação da receita. A partir deste momento, “faremos o reajuste do orçamento para esta nova necessidade. Teremos que fazer cortes”, aponta Delcidio. Os cortes serão no custeio da máquina federal, que ainda estão sendo estudados, e “evidentemente também acontecerão nos investimentos”.
O destaque apontado pelo senador está no potencial do centro-oeste, na importância que a região e o agronegócio ganhou para o país. “Vamos procurar aquilo que é importante para a região centro-oeste. A relatoria nos da condições de reduzir estes impactos principalmente para nossa região”. O relator adiantou que deverá realizar uma outra reunião com o governador para aprofundar o debate das prioridades para o Estado.
Para o secretário de Desenvolvimento do Centro-Oeste, Totó Parente, o destaque está na rubrica de Infra-estrutura para o Desenvolvimento Econômico. Ela possui o diferencial de aplicação, já que permite que recursos federais sejam diretamente aplicados em obras estaduais e municipais. “Não existia no orçamento até este ano uma rubrica que permitia isso. Em 2008 foram cerca de R$ 80 milhões, mas para 2009 vamos pelo menos dobrar este valor”.
Tendo em vista as obras que já estão sendo desenvolvidas dentro do Estado, o vicegovernador Silval Barbosa comentou a importância da visita do senador Delcidio. O gestor lembrou que agora o trabalho está nas mãos dos senadores da bancada mato-grossense que devem reforçar o compromisso com o Estado e garantir os recursos para Mato Grosso.
PREOCUPAÇÂO – Analisando a crise econômica mundial, o senador citou o diálogo que teve com o presidente do Banco Central, Henrique Meireles. Para Delcídio, a crise teve seu início nos Estados Unidos e o seu fim depende diretamente de ações naquele país, por isso, ela não deve ser superada rapidamente. O desgaste do atual presidente estadunidense e o momento de sucessão presidencial impedem ações concretas para o fim da crise.
“Hoje estamos saindo de uma crise no sistema financeiro e entrando em uma crise de pessimismo e frustração em função de uma recessão que pode vir a acontecer no mundo”, aponta o senador. Ele garante que o Brasil está preparado para dar todo o suporte que a economia nacional necessita para superar o momento de turbulência, com uma reserva de mais de U$ 200 bilhões. “O Governo está soltando dinheiro de compulsórios e vendendo dólares das reservas cambiais para garantir a saúde da empresas que apostaram em um dólar menor ou fizeram operações rastreadas em dólar. O Governo ainda está irrigando as exportações, estamos fazendo a lição de casa”.
Mesmo com as ações desenvolvidas, o senador afirma que o Brasil deverá sofrer influencias de um crescimento econômico internacional menor, principalmente dos países mais desenvolvidos. “Isso vai impactar o preço das comodities muito possivelmente. Nós temos gordura suficiente para resistir, e claro, o orçamento tem que contemplar esta mudança”.
Assessoria SECOM MT