Guarda Mirim pode voltar, depois de 17 anos, com nova dinâmica

A guarda mirim pode voltar a Rondonópolis, depois de 17 anos, mas com uma nova roupagem, pelo menos é essa proposta aprovada na Câmara de Vereadores, na última quarta-feira (8). Os vereadores aprovaram o projeto que trás de volta a Guarda Mirim, mas com algumas mudanças no formato que era no passado.
Criada em Rondonópolis, na década de 70, como forma de ajudar na formação de jovens e inseri-los no mercado de trabalho, os chamados “Mirins” exercia funções nas empresas e nas ruas da cidade. Muitos deles trabalhavam principalmente como office-boy em diversos setores, vestidos de farda e bonés , era comum ver esses rapazes entre 14 a 18 anos em filas de banco ou até mesmo fazendo atendimento nas empresas. A Guarda Mirim ajudava na formação destes jovens e era uma forma de inseri-los no mercado de trabalho.
A Guarda Mirim chegou ao fim em Rondonópolis, no final de 2000, em razão de diversos motivos, o primeiro foi a alteração das Leis Trabalhistas limitando a contratação de menores de idade. Naqueles tempos, os Mirins, trabalhavam em sua maioria para a Prefeitura na venda dos talonários da zona azul, que acabou também naquela oportunidade sendo extinta e retornando no final de 2014 como Rotativo Rondon, por meio de empresa terceirizada. Os Mirins, não vão trabalhar no Rotativo Rondon.
Na época, principalmente na década de 80, era grande o número de jovens que entraram nas fileiras da Guarda-Mirim e hoje se tornaram médicos, advogados e políticos. O vereador Vilmar Pimentel (SD), por exemplo, foi Mirim quando jovem, o ex-secretário de meio ambiente, Lindomar Alves, também fez parte do grupo. Alves, inclusive, era um dos mirins mais conhecidos de Rondonópolis, pois atuava diretamente na Câmara de Vereadores, como um dos Mirins da casa, talvez isso tenha o ajudado a ampliar o gosto de política.
Pelo projeto aprovado pela Câmara de Vereadores, a Guarda Mirim vai mudar a forma de atuar. O vereador Adonias Fernandes (PMDB) , que é autor do projeto, explicou que os Mirins atuarão de forma diferente, eles devem participar de cursos treinamentos e atividades culturais, aos moldes do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) e não no mercado de trabalho, em razão das limitações da Lei.
No entanto, o vereador destaca que os Mirins somente poderão trabalhar nas empresas por meio do programa Jovem Aprendiz. “Vamos voltar dessa forma, e esse é uma maneira que encontramos para ajudar na formação dos nossos jovens”, destacou o vereador do PMDB.