Habemus Papam

O novo Papa, escolhido pelo conclave realizado em 8 de maio, deve, ao que tudo indica, seguir a linha de seu antecessor, o Papa Francisco. O pontífice argentino, que faleceu recentemente, marcou a história da Igreja Católica por sua postura simples e por um pensamento alinhado à modernização e à inclusão social, distanciando-se do conservadorismo que caracterizou o papado de Bento XVI.
Assim como Francisco, o novo Papa demonstra um perfil reformista e deve liderar um processo de modernização na Igreja. O cardeal Robert Francis Prevost, eleito pelos colegas, adotou o nome de Leão XIV. Sua escolha surpreendeu por diversos aspectos, sendo o principal deles o fato de ser americano. Até então, nunca um representante dos Estados Unidos havia sido aclamado como Papa.
Outro ponto que chamou atenção foi sua origem em um país de maioria protestante, um cenário atípico para a escolha de um líder máximo da Igreja Católica. A eleição de Leão XIV reflete o movimento de modernização do conclave, que se mostrou o mais globalizado da história. O processo anterior, que resultou na eleição de um latino-americano, já indicava essa mudança gradativa. Antes disso, a escolha de um Papa não europeu era considerada improvável.
Leão XIV terá inúmeras missões pela frente, e a principal delas é quase um mantra para todos os pontífices: buscar a paz mundial. O novo Papa assume o cargo em um momento delicado, marcado por grandes conflitos, tanto na Europa quanto no Oriente Médio. A guerra entre Rússia e Ucrânia e a situação crítica na Faixa de Gaza estão longe de serem resolvidas, e Leão XIV precisará de articulação e diplomacia para contribuir com soluções para essas crises.
Outro tema que estará em destaque é o combate à fome no mundo, um problema que ainda está distante de ser erradicado. Apesar de ter nascido nos Estados Unidos, um dos países mais ricos do mundo, o novo Papa não é alheio às questões sociais. Ele possui grande conhecimento sobre a América Latina, região em que viveu por muitos anos, especialmente no Peru.
Antes de ser eleito Papa, Leão XIV ocupava dois cargos importantes no Vaticano: era prefeito do Dicastério para os Bispos — órgão responsável pela nomeação de bispos — e presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina. Sua experiência nas questões do continente latino-americano pode ser um diferencial em seu papado, que se anuncia como um novo marco de modernização e inclusão para a Igreja Católica.
Fonte: Da Redação