POLÍTICA

Fabris se rebela contra aliança PSDB-DEM

O deputado estadual Gilmar Fabris (DEM) usou a tribuna da Assembléia Legislativa ontem para atacar a aproximação da sigla democrata com o PSDB. Na avaliação dele, a agremiação faz parte do arco de aliança do governo Blairo Maggi (PR), enquanto a sigla tucana é “adversária política”.
Em um discurso inflamado, Fabris prometeu apresentar vídeos onde o prefeito Wilson Santos (PSDB) desferia duras críticas à gestão do então governador Jayme Campos (DEM), enquanto exercia o cargo de deputado estadual. “Ele (Wilson) fez usou até ‘musiquinha’ do Leandro e Leonardo pra atacar a honra de Jayme Campos. Eu tenho essas gravações e vou mostrar aqui”, garantiu o parlamentar.
O senador é um dos defensores da aliança DEM, PSDB e PPS, numa composição já desencadeada no âmbito nacional há pelo menos duas eleições majoritárias.
O deputado garante que sua opinião se deve exclusivamente ao entendimento entre o atual governo e o seu partido e não a cargos na administração.
“Eu tive mais de 20 mil votos e tive direito a 22 cargos. Mas, mesmo assim, só uso oito cargos. São ‘carguinhos’ de 900 reais, que nem fui sequer que indiquei. Deixei para o Jayme nomear que conhece mais a baixada cuiabana”, explicou o democrata.
O senador assegurou na reportagem do Diário publicada na edição de domingo passado de que não mantém nenhuma indicação no governo. O discurso de Fabris contraria a informação do senador.
O deputado também defende que o DEM entregue, de imediato, os cargos que ocupa na gestão de Blairo. “Acho, inclusive, que o primeiro a entregar o cargo é o secretário de Desenvolvimento Rural. Não precisamos de cargos”, afirmou Gilmar.
A avaliação positiva do governo, segundo ele, é um dos principais motivos para que o partido permaneça na base. Fabris se diz orgulhoso de ter participado e contribuído para a avaliação positiva do governo que, conforme ele, é atestado por todos os institutos de pesquisas.
Para rechaçar a aliança entre os dois partidos, o deputado recorreu ao histórico de eleições. Ele citou como exemplo as eleições, ocorridas na década de 80, onde uma aliança entre o a sigla e o PMDB, até então adversário do Democratas, teve resultado negativo.
Ele também declarou que jamais vai apoiar o atual governador de São Paulo José Serra (PSDB) na disputa à Presidência da República. Na opinião dele, o tucano não vai conseguir suceder o presidente Lula por não ter carisma nem habilidade política.
Mesmo assim, Fabris diz que defende veementemente o nome do senador Jayme Campos para a disputa ao governo do Estado. Mesmo com outras pré-candidaturas dentro do arco de aliança, ele acha que o DEM terá espaço para discutir e defender o nome do parlamentar. “Nós temos que ir atrás dos aliados e não de adversários”, finalizou Fabris.
ALEXANDRE APRÁ/Diário de Cuiabá

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