Exercício simula contaminação por aftosa na região de Juscimeira

Autoridades de defesa agropecuária e médicos veterinários dos 26 estados da federação e do Distrito Federal, além da Bolívia e do Paraguai, estão participando em Juscimeira do Exercício Simulado de Emergências Zoosanitárias, promovido pelo Indea-MT e pelo Ministério da Agricultura. O principal objetivo é aprimorar a identificação de casos e o combate ao vírus da febre aftosa – uma das principais ameaças à pecuária e a suinocultura no mundo.
A doença é considerada erradicada no Brasil há 26 anos, mesmo assim e preciso manter a vigilância e a preparação dos profissionais para evitar que ela volte às fazendas e propriedades rurais. Para isso, o simulado conta com oficinas de controle de trânsito, vigilância, eliminação de foco, epidemiologia, biossegurança, comunicação e preparo de mostras.
O exercício vai até o próxima sábado (6) e obedece a protocolos rigorosos de segurança. Ontem os participantes simularam um caso fictício de febre aftosa, testando as condutas previstas no plano de contingência atualizado em 2020.
Os agentes realizaram as investigações, buscas por animais doentes nas propriedades e montaram barreiras sanitárias para conter a saída de animais infectados até a completa eliminação do foco e reestabelecimento da condição sanitária.
PREVENÇÃO
A presidente do Indea, Emanuele Almeida, destacou a importância de preparar o serviço veterinário oficial para lidar com situações de urgência visando evitar a disseminação de doenças, não só como a febre aftosa, mas a influenza aviária ou a peste suína clássica ou africana.
“Tendo em vista o plano estratégico de Mato Grosso, do qual Indea faz parte, é de suma importância que as autoridades que estão aqui nos observando presenciem o efetivo trabalho de fortalecimento que vem sendo realizado em todo Estado, nos preparando para alcançar a condição de livre de febre aftosa sem vacinação, para quando formos pleitear a certificação de zona livre de febre aftosa sem vacinação”.
O superintendente do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em Mato Grosso (Mapa), José Guaresqui, destaca que já viu rebanhos sendo dizimados no Espírito Santo, estado natal dele, com a febre aftosa e decadência dos produtores com rebanhos mortos pela doença.
Guaresqui lembrou que o país tem um rebanho de 225 milhões de cabeças e Mato Grosso é o maior produtor com mais de 32 milhões de animais.
“Mesmo com várias áreas indo para grãos, a pecuária de corte tem uma importância econômica forte em Mato Grosso. Com a retirada da vacina, as exportações devem aumentar, atender novos mercados emergentes”.
Na América do Sul e Caribe, apenas a Venezuela não tem status de zona livre de febre aftosa. Contudo, o risco do vírus entrar no Brasil, proveniente do país vizinho tem risco mínimo, pois a região de fronteira é cercada por região de floresta, o que dificulta o transporte de gado daquele país para cá.
Eduardo Ramos – Da Redação (com informações da Assessoria)