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Boris Johnson renúncia após nova crise, mas deve continuar no cargo até escolha do sucessor

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, anunciou nesta quinta-feira (07) sua renúncia ao posto de líder do Partido Conservador, mas ele pretende continuar como primeiro-ministro até sua sucessão. 

O partido está dividido se Johnson deve continuar ou não no posto de primeiro-ministro. De toda forma, a expectativa é que uma nova disputa pela liderança do Partido Conservador ocorrerá neste verão no hemisfério norte (ou seja, até setembro) e Johnson continue como primeiro-ministro até o outono no hemisfério norte (com início no fim de setembro). No Reino Unido, o primeiro-ministro é o líder do partido que tem maioria na Câmara dos Comuns.

A crise política que levou à decisão de renúncia foi desencadeada pela nomeação pelo ex-primeiro-ministro do aliado e parlamentar Chris Pincher, do Partido Conservador, para um cargo no governo, mesmo após ser informado de uma queixa contra Pincher por assédio sexual (veja abaixo).

Diferente do que ocorreu no Brasil com o ex-presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, Pincher e suas vítimas não integravam o governo na época do assédio. Mesmo assim o caso foi considerado grave principalmente pelo fato do governo britânico mudar as versões sobre o conhecimento por parte do primeiro-ministro acerca dessas denúncias de abuso sexual.

Nos últimos dias Johnson enfrentou uma rebelião interna em seu governo, com aliados próximos favoráveis à sua renúncia. Mas até aqui estava resistindo a deixar o cargo. Johnson disse aos parlamentares que não seria correto "se afastar" em meio a pressões econômicas e à guerra na Ucrânia.

A queda de Johnson foi precedida pela renúncia de dois dos ministros mais importantes do governo: Sajid Javid (Saúde) e Rishi Sunak (Finanças). Ambos são nomes fortes para suceder Johnson. Em seguida, dezenas de assessores deixaram o cargo no governo.

A crise atual se soma a outras enfrentadas por Johnson. Esses episódios ocorrem menos de um mês depois que o primeiro-ministro enfrentou uma moção de desconfiança em que 41% dos parlamentares de seu próprio partido votaram contra ele.

Aquela tentativa de removê-lo do cargo ocorreu em decorrência das fotos e evidências de reuniões e comemorações na sede do governo que vieram à tona enquanto o resto do país estava confinado em razão das restrições impostas pelo próprio governo de Johnson durante a pandemia de covid-19.

INÍCIO DA CRISE
Em 30 de junho, o jornal britânico The Sun publicou que Chris Pincher, então deputy chief whip da bancada do Partido Conservador no Parlamento, apalpou dois homens em um clube privado em Londres.

O deputy chief whip é um posto que, no sistema político britânico, tem como atribuição garantir que parlamentares do partido votem conforme a orientação das lideranças.

Pincher, que havia sido nomeado para esse cargo por Johnson em fevereiro deste ano, renunciou imediatamente.

Em poucos dias, a mídia britânica publicou informações de, pelo menos, seis outros casos de suposta conduta sexual inapropriada de Pincher nos últimos anos.

Pincher, que foi suspenso pelo Partido Conservador, pediu desculpas e disse que cooperará totalmente com as investigações sobre sua conduta e está buscando "apoio médico profissional".

 

Da Redação (com informações da BBC Brasil)

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