Laboratório referência em análise de água é inaugurado em Rondonópolis

Projetado desde 2004, no último ano da primeira passagem de Percival Muniz pela chefia do Executivo, o laboratório referência em análise e controle de qualidade da água de Rondonópolis foi enfim inaugurado depois de quase 10 anos, no final da manhã desta quarta-feira (11). A estrutura, que passará em breve a ser regional, funciona dentro do Laboratório Central – Lacen, na Rua Rio Branco. A secretária de Saúde municipal, Marildes Ferreira, e o vice-prefeito, Rogério Salles, foram os responsáveis por dar como oficialmente aberto o laboratório.

Marildes explicou ao vice-prefeito e aos presentes que o laboratório terá mesmo a abrangência de receber amostras dos 18 municípios da região Sul, mas disse que isto não acontecerá enquanto não chegarem os equipamentos que estão parados em Cuiabá. “O Município de Rondonópolis vai arcar com todo o recurso humano para este local, no entanto, não temos condições de atender cidades vizinhas enquanto não vierem mais equipamentos do Governo do Estado que estão no almoxarifado em Cuiabá e não são despachados para nós. Até isto acontecer, vamos somente atender a demanda local. Depois sentamos para pactuar”, falou.

O serviço de controle da qualidade da água é uma diretriz obrigatória do Ministério da Saúde, por meio do programa ‘Vigiágua’. Segundo a secretária Marildes, até agora este trabalho era feito pelo Estado, mas o próprio Governo Federal solicitou a descentralização. “A coleta só tem validade após 24 horas que a análise for feita. A dificuldade e o custo para levar isto a tempo para Cuiabá eram grandes e acabava compensando criar um laboratório aqui”, analisou.

Segundo o coordenador de Saúde Coletiva de Rondonópolis, Edgar Prates, que também foi uma das pessoas à frente da viabilização técnica do laboratório, são feitas aproximadamente 40 amostras mensais da água da cidade em locais distintos para o controle efetivo. “Esta situação têm uma variação conforme a proporção de habitantes”, detalhou.

O laboratório de análises contará com a engenheira sanitarista, Vanderleia Gonçalves, como responsável técnica e aportada por mais um técnico em química e um técnico administrativo. Vanderleia ressaltou que para a regional o trabalho será apenas de controle microbiológico, no estudo da presença de coliformes totais e fecais. Já para Rondonópolis, a unidade também servirá de contraprova para o Serviço de Saneamento Ambiental – Sanear no controle físico-químico da água, analisando turbidez, cor e PH do líquido. Com a exigência do Vigiágua longe de ser atingida, a engenheira afirma que a política de descentralização contribuirá para o aumento da qualidade e a preservação da saúde do cidadão mato-grossense. “A meta do Ministério da Saúde está sendo atingida no máximo em 50% na maioria das cidades. Com estes laboratórios regionais como o nosso devemos alcançar os 100%”, vislumbrou.

Todos os municípios devem enviar relatórios mensais sobre a qualidade de suas águas para Brasília. Além de Rondonópolis, Água Boa e Pontal do Araguaia são outros locais que já se tornaram referência para sua microrregião. Segundo Vanderleia, a unidade inaugurada nesta quarta (11) já foi vistoriada e aprovada. “Recebemos a visita de uma equipe do Estado que aprovou nossa estrutura. Todas as análises serão digitalizadas”, salientou a engenheira.

Ao ouvir da secretária os prejuízos para a saúde pública de uma água de má qualidade como, por exemplo, a diarreia e a hepatite, o vice-prefeito Rogério Salles mostrou-se indignado pela demora nos últimos anos para a instalação do laboratório em Rondonópolis. “Já faz algum tempo que trabalho no Poder Público e tem coisa que ainda não consigo entender. O investimento feito para este local foi de pouco mais de R$ 59 mil pelo Município, quando se gastou muito mais que isto em outros momentos para tratar pessoas com doenças que surgiram pela falta de qualidade da água. Quer dizer, prioriza-se milhões para algumas coisas e uma iniciativa como esta é deixada para depois”, lamentou.

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