POLÍTICA

Lula alerta trabalhadores contra manipulação; Bolsonaro diz que Guedes merece prêmio Nobel

Os dois candidatos que lideram as pesquisas de intenção de voto na disputa pela presidência da República aproveitaram o primeiro dia oficial da campanha para promover atos populares. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou para operários de uma fábrica da Volkswagen em São Bernardo do Campo (SP), enquanto Jair Bolsonaro (PL) voltou ao município de Juiz de Fora – onde foi vítima de uma facada na eleição de 2018. A economia e os apelos a temas religiosos serviram de tema para os dois candidatos.

O local escolhido por Lula tem forte simbolismo, uma vez que as lutas operárias forjaram sua história e também a criação do PT. "Foi aqui que tudo aconteceu na minha vida. Foi aqui que aprendi a ser gente, que adquiri consciência política e foi por causa de vocês que fui um bom presidente da República", disse ele.

Ao falar sobre o auxílio concedido pelo governo federal, Lula disse que a medida é eleitoreira e pediu que os trabalhadores não se deixem enganar. "Ele está achando que o povo é muito besta e que pode enganar o povo. Eu fui favorável a votar o auxílio, pedi para a bancada do PT votar. E se vocês conhecerem alguém que está precisando e cair dinheirinho na conta deles, mande pegar e comer, porque se não pegar o Bolsonaro vai tomar", afirmou.

O ex-presidente disse também que a primeira medida que tomará em um eventual governo será reajustar a tabela do imposto de renda e que já era candidato havia um tempo, mas que antes não podia falar de campanha nem pedir voto. "Só hoje à meia-noite que eu pude acordar e falar para a Janjinha: 'Janjinha, vota em mim'. Até ontem eu não podia. Tive que acordar e pedir o meu primeiro voto só hoje."

Outro tema destacado no discurso foi a tentativa do atual presidente de ‘manipular os evangélicos. Lula definiu Jair Bolsonaro (PL) como "fariseu", "presidente fajuto e genocida".

"Ele é um fariseu e está tentando manipular a boa-fé de homens e mulheres evangélicos que vão à igreja tratar da sua fé, da sua espiritualidade. Eles ficam tentando contar mentira o tempo inteiro. Mentiras sobre o Lula, sobre a mulher do Lula, sobre vocês, sobre índios e quilombolas", disse.

"Não haverá mentira nem fake news que manterão você governando esse país, Bolsonaro", seguiu Lula.

O petista também criticou a condução de Bolsonaro na pandemia da Covid, afirmando que ele não "derramou uma lágrima pelas vítimas". "Você foi negacionista, não acreditou na ciência, não acreditou na medicina. Você acreditou na sua mentira. Se tem alguém possuído pelo demônio é esse Bolsonaro."

BOLSONARO
Em Juiz de Fora, Jair Bolsonaro iniciou sua campanha eleitoral com a participação em dois atos: um encontro com lideranças religiosas no Aeroclube de Juiz de Fora (MG) e uma motociata seguida de discurso a apoiadores.

No encontro com pastores falou em milagres e disse que o Brasil marchava para o socialismo. Também prometeu queda na taxa do desemprego.Na segunda, resgatou a pauta de costumes, falou de comunismo, chamou para os atos de 7 de Setembro e disse dar a vida pelo país.

"O Brasil estava à beira de um colapso, com problemas éticos, morais e econômicos, e marchava, sim, a passos largos para o socialismo", afirmou o chefe do Executivo, em seu primeiro discurso.

Pouco depois, a uma plateia de apoiadores no centro de Juiz de Fora, disse: "Vamos falar de política hoje, sim, para que amanhã ninguém nos proíba de acreditar em Deus".

Bolsonaro também afirmou que a economia estaria se recuperando, sob o seu governo. Destacou queda na inflação, no preço dos combustíveis, prometeu redução da taxa de desemprego para 8% (hoje em 9,2%) em setembro, e defendeu o prêmio Nobel da Economia para seu ministro Paulo Guedes.

"Empregos também [estão] aparecendo. No próximo mês, tenho certeza, vamos entrar na casa dos 8%. Ninguém poderia esperar isso, a não ser o PG [Paulo Guedes], que trabalhou arduamente nessa questão. Ele merece o prêmio Nobel de economia", afirmou o presidente.

O mandatário também fez um chamamento para o ato de 7 de Setembro e resgatou a pauta de costumes. "[Somos] Um país onde majoritariamente acredita em Deus. Um país que não quer retrocesso, não quer a volta da ideologia de gênero nas escolas", disse.

Ele estava acompanhado da esposa, Michele, de seu candidato a vice e ex-ministro da Defesa, general Braga Netto, do coordenador de campanha, Flávio Bolsonaro (PL-RJ), além de candidatos locais, como o senador Carlos Viana (PL), que disputa o governo mineiro.

Também acompanhou o primeiro dia de campanha do presidente o deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), candidato a senador, pivô da crise com o STF (Supremo Tribunal Federal), e que recebeu indulto do mandatário.

 

Da Redação (com informações da FSP)

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