POLÍTICA

Lula recebe apoio de governadores e senadores eleitos; Tebet também confirmou

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reuniu 7 governadores e 16 senadores na tentativa de armar um contra-ataque em relação aos apoios anunciados no segundo turno contra o presidente Jair Bolsonaro (PL), que reuniu endosso de 5 governadores nos últimos três dias. Mais cedo o petista também recebeu o apoio formal da senadora Simone Tebet, que foi candidata à presidência pelo MDB.

O apoio de Tebet era aguardado e veio com um discurso contundente de cerca de oito minutos.  “Ainda que mantenha as críticas ao candidato Lula (…) depositarei nele o meu voto, porque reconheço no candidato o seu compromisso com a democracia e a Constituição, o que desconheço no atual presidente”, afirmou.

Nas votações de domingo (2), a candidatura de Simone Tebet obteve 4,9 milhões de votos (4,16% dos votos válidos), ficando à frente do pedetista Ciro Gomes (3,6 milhões, 3,04%). Ontem, o PDT havia anunciado que vai apoiar Lula, com o endosso de Ciro.

A senadora pelo Mato Grosso do Sul acrescentou que omitir-se na atual conjuntura seria “trair” sua trajetória de vida pública. “Não anularei meu voto, não votarei em branco. Não cabe a omissão da neutralidade”, disse a ex-candidata. Em sua fala, ela lembrou que também hoje a promulgação da Constituição Brasileira, que Ulysses Guimarães chamou de “Cidadã”, completa 34 anos.

Simone Tebet finalizou sua declaração de apoio à candidatura da coligação Brasil da Esperança dirigindo-se especialmente aos emedebistas. Ela pediu “desculpas aos companheiros que imploraram pela neutralidade, preocupados com eventual perda de algum capital político. O que está em jogo é muito maior do que cada um de nós”. Em seguida afirmou que “há um Brasil a ser imediatamente reconstruído, um povo a ser novamente reunido na diversidade, antes e sempre a nossa maior riqueza, hoje esmigalhada por todos os tipos de discriminação”.

OUTROS APOIOS
Durante a tarde, em reunião realizada em São Paulo, membros de dez partidos, incluindo siglas que não compõem a aliança lulista – como PSD, MDB e PP – também manifestaram apoio ao petista. Havia ainda três governadores e cinco senadores eleitos no último domingo (2).

Entre os presentes estavam dois governadores que Lula ajudou a eleger em primeiro turno, Elmano de Freitas (PT-CE) e Rafael Fonteles (PT-PI) e outros que ele ajudou a levar para o segundo turno, como Paulo Dantas (MDB-AL).

No encontro, além dos governadores da aliança, Regina Sousa (PT-PI), Fátima Bezerra (PT-RN), Carlos Brandão (PSB-MA) e Paulo Câmara (PSB-PE), ele trouxe novos nomes, como o governador Clécio Luís (SD), reeleito no Amapá com apoio do PT e do PL de Bolsonaro.

Também estavam presentes antigos concorrentes na disputa estadual: João Azevêdo (PSB), que busca reeleição na Paraíba, e o senador Veneziano do Rêgo (MDB), que tentou o governo com apoio de Lula, mas ficou de fora do segundo turno.

"A Paraíba vai continuar nessa luta [em torno de Lula]", disse Azevêdo, citando a aliança estadual de 13 partidos em torno do seu nome, que não tinha o PT, embora o governador seguisse pedindo voto para Lula. Se na Paraíba dois nomes apoiavam Lula, no Pará o governador Helder Barbalho (MDB) apoiava Lula e a então candidata Simone Tebet. Com a saída da colega —e a entrada dela para a campanha de Lula anunciada hoje— Helder veio junto ao pai, senador Jader Barbalho.

O encontro uniu ainda senadores que já estavam com o petista desde o primeiro turno, como Renan Calheiros (MDB-AL) e Alexandre Silveira (PSD-MG), a outras novidades no segundo turno, incluindo algumas surpresas. Ao lado do ex-governador Geraldo Alckmin (PSB), candidato a vice, a senadora e pecuarista Katia Abreu (PP-TO) fez duras críticas a Bolsonaro, de que seu partido compõe a aliança nacional.

"Não confundimos pessoas corajosas com uma pessoa tosca. Não suporto mais ver o meu Brasil armando as pessoas, de ver o líder maior da nação imitando, debochando das pessoas sofrendo", declarou a senadora, ex-ministra de Dilma Rousseff (PT), porém nunca muito próxima de Lula.

Entre os partidos que não compõem a aliança, também estava o senador Carlos Fávaro (PSD-MT), um dos poucos parlamentares apoiadores de Lula no Centro-Oeste desde o primeiro turno, e um recém-chegado à coligação: o senador Acir Gurgacz (PDT-RO).

 

Da Redação (com UOL)

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