Lula reforça frente ampla e assume compromisso de governo sem reeleição

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem voltado a última semana da eleição para dialogar com o eleitor de centro. Entre discursos e entrevistas, o petista dá destaque ao que a campanha chama de "pauta democrática", com reafirmações sobre governo amplo —não só de esquerda—, e de mandato único, sem reeleição.
O objetivo da chapa é reforçar os chamados "valores democráticos", uma das principais bandeiras da campanha petista desde o início em busca de tentar estabelecer uma contraposição aos discursos do presidente Jair Bolsonaro (PL). O grupo avalia que relembrar isso na reta final pode ajudar ainda mais a angariar os indecisos —ainda mais se valendo, agora, do caso Roberto Jefferson.
O discurso de "frente ampla pela democracia" foi o primeiro mote de campanha do PT quando Lula ainda nem se assumia pré-candidato, no início do ano. Com o objetivo de juntar o maior número de partidos possíveis, os petistas têm prometido criar o governo mais diverso possível e sem promessa de perpetuação no poder.
O primeiro passo para isso foi o anúncio do ex-tucano Geraldo Alckmin (PSB) como vice. Para o primeiro turno, a sigla conseguiu o apoio de outros nove partidos (oito na coligação oficial) e atingiu o que consideram o ápice neste segundo turno, com declarações de voto que vão dos candidatos derrotados Simone Tebet (MDB) e Ciro Gomes (PDT) ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
À frente de parte desde público, ontem (25), em ato na PUC-SP, Lula reafirmou o compromisso de criar um governo plural. Além de Tebet, estavam presentes os ex-ministros Marina Silva (Rede-SP), Marta Suplicy (MDB) e Henrique Meirelles (União Brasil) —que haviam rompido com o petista e voltaram a se juntar a ele nesta etapa.
Na avaliação da campanha, a imagem de Tebet e de outros representantes de centro ou centro-direita, como o economista Pérsio Arida, ex-presidente do Banco Central no período FHC, atingem em cheio o principal empecilho de Lula para conquistar votos dos indecisos: o antipetismo.
“Nosso governo não será um governo do PT. É importante, Gleisi [Hoffmann], você que é presidente [do partido], saiba: nós precisamos fazer um governo além do PT. Não faremos um governo do PT, faremos um governo do povo brasileiro", disse Lula.
Pouco antes, Simone Tebet fez discurso no mesmo tom, dizendo que, em um possível segundo mandato, Bolsonaro "instalaria uma ditadura branca".
"Agora não é a hora da omissão. A omissão, a neutralidade da omissão é um pecado capital contra o povo brasileiro", declarou ela.
Da Redação (com informações do UOL)