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Mato-grossenses estão entre os melhores do mundo em mundial de Educação Profissional

Foram quase três anos de treinamento árduo, sacrifício e disciplina para ter a chance de competir no WorldSkills – maior competição de Educação Profissional do Mundo, esforço que rendeu à dupla mato-grossense, Vanessa Silva e Wenderson Campos, a medalha de bronze. Esta é a primeira vez que Mato Grosso tem representantes no mundial, e o equilíbrio das provas mostra que o Estado alcançou uma capacidade técnica na área de Tecnologias da Construção que se equipara a países como Alemanha e Áustria, referências no assunto. A cerimônia de premiação ocorreu neste domingo (16/08), no Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo.

Os mato-grossenses integram uma lista de 27 estudantes brasileiros que deram ao país o título de Top One em Educação Profissional, ou seja, entre os 60 países participantes, o Brasil obteve o maior número de medalhas. Foram 11 de ouro, 10 de prata e seis de bronze, além de 18 certificados de excelência. Este é o melhor desempenho do Brasil desde que começou a participar da competição, em 1983.

“É maravilhoso pensar que estamos entre os melhores do mundo e agora tenho ainda mais certeza de que valeu a pena”, revela Vanessa, instantes depois de receber a medalha e ainda muito emocionada. Ela, que foi a única mulher a participar da disputa nesta ocupação, deixou um recado para quem está começando a trilhar o mesmo caminho. “Aproveitem ao máximo cada instante por que depois que chegam as provas não é possível voltar atrás”, pontuou.

O estudante Wenderson Campos contou que treinar todo esse tempo para uma competição não é algo fácil. “Você precisa querer muito. Eram de 8 a 12 horas por dia, focados. Muitas vezes chegava cansado em casa e pensava em desistir, aí lembrava do meu propósito e continuava firme dando o melhor de mim. Esse sentido de persistência fez com que tudo desse certo”.

O Expert, como é chamado o especialista na ocupação de Construção de Moldes para Concreto que acompanhou os estudantes durante a prova, José Aparecido Bolito, instrutor na Escola Senai da Construção, disse que há três anos o sonho dele era apenas uma medalha em uma competição nacional. “Nem nos meus sonhos mais distantes eu imaginava que poderia participar de um mundial e ajudar o meu Estado a trazer a primeira medalha para casa”. Para ele, os últimos quatro dias foram uma mescla de sofrimento e pequenas vitórias. “Só quem vive sabe o que é tudo isso”.

De acordo com o instrutor, o mérito dos estudantes brasileiros é ainda maior porque a tecnologia utilizada durante a prova é inédita na competição. “Tivemos que aprender do zero, assistindo vídeos, vendo fotos, com tentativas e erros. Nossos estudantes se superaram em tudo, foram muito além do que se esperava“, pontuou o instrutor.

A diretora regional do Senai-MT, Lélia Brun, diz que nada disso seria possível se não fosse a seriedade, disciplina, competência, e dedicação de todos. É muito bom ter a oportunidade de trabalhar e contribuir em uma instituição de excelência. Parabenizo, em especial, os competidores e instrutores do Senai-MT que fizeram a diferença no cenário nacional e internacional. Estamos muito felizes com o feito”.

Para o presidente do Sistema Fiemt, Jandir Milan, a vitória dos mato-grossenses reflete também o sério trabalho que o Senai-MT presta ao Estado. “Estamos muito orgulhosos de nossos estudantes. Mato Grosso, em toda competição, era Brasil, e só de representar um país esses jovens já dizem muito do que são e do que serão em um futuro próximo. Sempre incentivamos, apoiamos e investimos no desenvolvimento do Ensino Técnico no Estado, então ver Mato Grosso no pódio não só nos enche de satisfação, como confirma que estamos no caminho certo em prol do fortalecimento da indústria como um todo. Parabéns a todos!”.

Para o diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi, o resultado alcançado na WorldSkills demonstra o alto nível de excelência que a Educação Profissional conquistou no país. “Isso deve servir de incentivo para corrigirmos a matriz educacional brasileira, ampliando o acesso dos jovens ao ensino técnico. Só assim os jovens terão mais oportunidades de emprego e, ao mesmo tempo, as empresas ganharão em produtividade”.

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