ECONOMIA

Mato Grosso mantém vice-liderança na produção de etanol

Mato Grosso mantém a vice-liderança nacional na produção de etanol, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Na safra 2025/2026, o estado registrou um avanço expressivo na oferta do biocombustível, atingindo 7,2 bilhões de litros, o que representa um crescimento de 9,9% em relação ao ciclo anterior, quando foram produzidos 6,5 bilhões de litros. Esse desempenho consolida a força do estado como polo estratégico da matriz energética brasileira, ficando atrás apenas de São Paulo, que lidera com 11,3 bilhões de litros.

O grande destaque mato-grossense está na produção a partir do milho, que responde por 84,3% do volume total, somando 6,1 bilhões de litros. Já a cana-de-açúcar contribuiu com 1,1 bilhão de litros. Esses números reforçam a diversificação e a competitividade do setor agroenergético local.

Além disso, o estado também se destacou na produção de açúcar. A expectativa é de 615,4 mil toneladas na atual safra, crescimento de 6,4% em comparação às 578,4 mil toneladas do ciclo anterior. Para alcançar tais resultados, a indústria deve processar 18,1 milhões de toneladas de cana, volume 4% maior que na temporada passada.

No contexto nacional, a produção de cana-de-açúcar deve alcançar 668,8 milhões de toneladas, uma queda de 1,2% em relação ao ciclo 2024/2025, influenciada pela redução da produtividade média.

A trajetória do etanol em Mato Grosso vem sendo construída há décadas, mas ganhou força com a expansão das usinas de milho. Tradicionalmente, a cana-de-açúcar era a principal matéria-prima para a produção do biocombustível no Brasil. Porém, o milho se consolidou como alternativa estratégica, aproveitando a grande oferta do grão no estado. Hoje, a produção de etanol de milho em Mato Grosso é uma referência, tanto em inovação tecnológica quanto em eficiência produtiva.

Na safra atual, Mato Grosso reforça sua posição com crescimento de quase 10% na produção total de etanol. O milho domina a matriz produtiva estadual, enquanto a cana ainda mantém relevância. Os dados da Conab mostram que, enquanto o estado cresce, o Brasil enfrenta uma ligeira queda de produtividade na cana, puxando para baixo o resultado nacional. Essa diferença evidencia a importância do modelo de diversificação adotado por Mato Grosso.

Apesar do desempenho positivo, o setor sucroenergético enfrenta desafios. Entre eles, a oscilação dos preços internacionais de açúcar e etanol, as condições climáticas que afetam a produtividade agrícola e as incertezas sobre políticas energéticas e ambientais no Brasil. Outro ponto sensível é a logística: com volumes crescentes de produção, Mato Grosso depende de infraestrutura de transporte eficiente para escoar etanol e açúcar até os grandes centros consumidores e portos de exportação.

As usinas de Mato Grosso têm investido fortemente em tecnologia e expansão de capacidade industrial. A produção de etanol de milho, em especial, conta com unidades modernas e integradas, que também aproveitam coprodutos como o DDG (grão seco de destilaria), usado na alimentação animal. Outro fator estratégico é a adoção de práticas agrícolas mais sustentáveis, com foco em eficiência energética e menor impacto ambiental. Essas medidas ajudam a reduzir custos e a aumentar a competitividade internacional do produto mato-grossense.

Entre os principais recursos do setor estão os levantamentos periódicos da Conab, que fornecem dados estratégicos para produtores, indústrias e investidores. Além disso, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) disponibilizam relatórios e estudos sobre o mercado de biocombustíveis. A nível local, associações de produtores de etanol e açúcar em Mato Grosso também desempenham papel fundamental na orientação técnica e na defesa do setor.

Fonte: Da Redação

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