OPINIÃOWenceslau Júnior

Mato Grosso: o custo do desenvolvimento e a força do comércio de bens, serviços e turismo

Mato Grosso, um estado de vastas dimensões e potência agrícola, tem no comércio e serviços a base de sua economia interna. Cerca de 60% das empresas ativas no estado atuam nesses setores, revelando sua importância fundamental na geração de empregos, inovação e renda. No entanto, essa força carrega consigo os desafios de um alto custo operacional, um tema central abordado pelo estudo “Custo Mato Grosso”. Este levantamento estratégico não apenas diagnostica os problemas, mas também aponta caminhos para a transformação e o aumento da competitividade.

O estudo “Custo Mato Grosso” revela que mais de 30% do custo total das empresas está ligado ao capital humano. Essa é a maior despesa e impacta diretamente a vida de milhares de famílias, já que comércio e serviços respondem por 60% dos empregos formais no estado. Isso significa que qualquer dificuldade na contratação, capacitação ou retenção de talentos afeta não apenas o lucro das empresas, mas também o bem-estar social. O setor tem a responsabilidade de converter esse custo em oportunidade, impulsionando a economia e a qualidade de vida.

A tributação é outro gargalo, representando 16,7% dos custos totais. A alta carga tributária, aliada a um sistema complexo e burocrático, cria um ambiente de insegurança e exige das empresas um esforço contínuo para manter a conformidade fiscal. Este “custo invisível” consome tempo, estrutura e recursos que poderiam ser direcionados para o crescimento e a inovação.

A infraestrutura, por sua vez, é um desafio ainda mais sensível para Mato Grosso. A competitividade do comércio e serviços depende diretamente da qualidade das estradas, da eficiência logística e da conectividade digital. Falhas nesses pontos se traduzem em produtos mais caros, serviços mais lentos e oportunidades perdidas. Investir em infraestrutura, portanto, é investir na economia, no dia a dia da população e na capacidade das empresas de vender mais e melhor.

O Movimento Mato Grosso Competitivo (MMTC) é a força motriz por trás do estudo “Custo Mato Grosso”. Como uma associação civil sem fins lucrativos, o MMTC reúne 16 entidades dos setores empresarial, acadêmico e público. Sua missão é impulsionar o desenvolvimento socioeconômico sustentável do estado, aumentando a produtividade e a competitividade. A colaboração de entidades como a Famato, a Fecomércio-MT e a Fiemt, entre outras importantes instituições mato-grossenses, garantem a abrangência e a relevância dos dados levantados.

O estudo “Custo Mato Grosso” não é apenas um relatório; é uma ferramenta para entender a realidade dos empresários e articular soluções eficazes. Ele expõe as dores do setor, que vão desde os altos custos com pessoal e impostos até as deficiências logísticas e de conectividade.

A análise mostra que, ao compreender a dinâmica do comércio e dos serviços, compreendemos o verdadeiro “Custo Mato Grosso”. É nesses setores que todos os custos se manifestam, impactando o preço final dos produtos, a renda das famílias e a vitalidade da economia local. Ao olharmos para o comércio e os serviços, não vemos apenas empresas, mas a vida cotidiana, a geração de riqueza e o futuro competitivo de um estado que busca transformar desafios em oportunidades de desenvolvimento.

* Wenceslau Júnior é presidente do Sistema Fecomércio-MT, formado pela Fecomércio, Sesc-MT, Senac-MT e IPF-MT, 2º vice-presidente do MMTC (Movimento Mato Grosso Competitivo). É empresário do comércio de materiais de construções há mais de 40 anos em Mato Grosso.

*Os artigos são de responsabilidade de seus autores*

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