MT já admite perda generalizada de milho por falta de chuva
Aumenta a preocupação de produtores e cooperativas com o milho segunda safra em Mato Grosso. Pelo menos três regiões do médio-norte do Estado: Nova Mutum, Lucas do Rio Verde e Sinop – consultadas pela Agência SAFRAS admitem perda de produtividade em função da falta de chuva, com algumas localidades apontando inclusive para perdas irreversíveis.
Em Lucas do Rio Verde, a Fiagril Ltda, fornecedora de produtos e serviços para o setor agrícola, diz que a região está sem chuva desde o início de abril. A última precipitação ocorreu dia no dia 5 de abril e atingiu 20mm.
“A situação é preocupante. A maior parte das lavouras encontra-se em floração e não há previsão de chuva para os próximos dias", relata a fonte. Pelas suas previsões, a região deve amargar perdas de produtividade de 40%, dos quais 20% já seriam irreversíveis. "Mesmo chovendo hoje, já há comprometimento", sustenta a fonte da Fiagril.
Nova Mutum pode ter perda superior a 50%
Em Nova Mutum, fonte ligada ao Departamento Técnico da CVale, admite que se não chover nos próximos sete dias a situação tende a ficar complicada, com perdas de produtividade superiores a 50%. A última chuva para a região ocorreu de sexta para sábado (16 e 17), com volumes que oscilaram de 30 a 50mm, mas foi localizada.
"Dentro de uma área de 3 mil hectares choveu 30mm numa ponta e 50mm na outra", relata agrônomo da CVale. Na avaliação do técnico, a ausência de chuva geral e bem distribuída coloca em risco a maior parte das lavouras, nesse momento em fase de enchimento (50%) e de formação de grãos (50%).
A situação é considerada mais crítica para as lavouras em enchimento de grãos. "Se não circula seiva na planta o enchimento do grão fica prejudicado", observa o técnico que já trabalha com produtividade entre 70 a 80 sacas/hectare contra 90 a 100 sacas/hectare do ano passado.
A CVale de Nova Mutum evita quantificar perdas, mas diz que se não chover já nesse final de semana (24 e 25) os prejuízos tendem a aparecer, com algumas lavouras sujeitas a perdas de 5 a 10% de produtividade. "A ficar mais de uma semana sem chuva o quadro complica, com perdas que podem chegar a 50%", adverte a fonte técnica.
Sorriso tem lavouras há quase 20 dias sem chuva
Em Sorriso, a Cooavil (Cooperativa Agropecuária Terra Viva), relata que algumas localidades estão sem chuva há 17 dias. A preocupação recai sobre o milho em pendoamento (cerca de 60% a 70% das lavouras), mas há um percentual da lavoura plantado após 20 de fevereiro (30% restante) que deve sofrer mais com a a falta de chuva. "Esse milho está em embonecamento e com certeza terá perda significativa", diz fonte local. Explica que a expectativa da região era colher de 80 a 100 sacas/hectare, mas que essas regiões plantadas em fevereiro e março devem colher no máximo 50 sacas/hectare, média que talvez nem permita cobrir custos. De acordo com a fonte de Sorriso, há relato de garoa na região no feriado de Dia de Tiradentes, mas assim mesmo de forma localizada.
Dados do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária), mostram que o médio-norte de Mato Grosso concentra a maior área plantada de milho segunda safra do estado com cerca de 982.820 hectares de um total de 2.002 milhões de hectares semeados na atual temporada. A região, sozinha, responde por 48,5% da produção estadual de milho, estimada em 9,55 milhões de toneladas.
Fonte:Ag.Safras



