Muito além do “efeito Tostines

O prefeito de Rondonópolis, Cláudio Ferreira, assinou nos últimos dias um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que prevê a instalação urgente de um pátio de apreensão de veículos no município.
A criação do pátio é uma antiga reivindicação de autoridades de segurança, que consideram a medida essencial para garantir a ordem e, principalmente, a segurança no trânsito local. Para quem atua diretamente na fiscalização, a ausência de um pátio representa um trânsito mais desorganizado e, sobretudo, sem efetiva punição para condutores irregulares.
O cenário lembra o famoso comercial da bolacha Tostines: “vende mais porque é fresquinha ou é fresquinha porque vende mais?”. No caso do pátio, a lógica se inverte, mas a dúvida é semelhante: há mais acidentes porque não há pátio ou não há pátio porque os acidentes continuam acontecendo? Sem pátio, a fiscalização é limitada — e sem fiscalização, o trânsito se torna mais perigoso.
O que chama a atenção é que somente após uma manifestação da Justiça o município decidiu agir. Implantar um pátio não parece, em tese, uma tarefa complexa. O problema é a impopularidade da medida. Afinal, nenhum cidadão deseja ter seu veículo apreendido. Políticos sabem que medidas como essa tiram votos. Porém, esquecem que também podem salvar vidas.
Com o funcionamento efetivo do pátio, motoristas sem habilitação ou sem qualquer qualificação adequada tendem a sair de circulação. As blitzes para coibir a mistura de álcool e direção, por exemplo, devem se tornar mais frequentes, o que pode resultar em significativa redução de acidentes — especialmente nos fins de semana, quando esse tipo de ocorrência se torna mais comum.
Além disso, o pátio permitirá a retirada de veículos em condições precárias de segurança — carros e motos sem equipamentos obrigatórios, por exemplo. Isso, por si só, já contribui para um trânsito mais seguro.
Entretanto, só o pátio não basta. Para garantir um trânsito mais seguro, é fundamental investir também na educação. Campanhas de conscientização precisam ser intensificadas, com foco no respeito aos limites de velocidade, uso da seta, do cinto de segurança, entre outras regras básicas de convivência nas vias públicas.
Fonte: Da Redação