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sábado, maio 18, 2024

Com sequelas e mortes precoces, funcionários da extinta Sucam pedem socorro aos políticos

Na semana passada uma imagem chamou a atenção de parlamentares e funcionários da Câmara dos Deputados em Brasília. Era fim de expediente e com o plenário já vazio o presidente da casa, deputado Authur Lira (Progressistas/AL), conversava com um cidadão vestido com o uniforme da extinta Sucam. Era Joel Vieira Barbosa, um rondonopolitanos de 56 anos que atuou durante muito tempo na extinta Sucam e hoje, como funcionário da Funasa, se destaca na luta pela assistência aos colegas que sofrem os efeitos da exposição prolongada aos venenos utilizados no combate aos vetores da malária e outras doenças.

Joel entregou ao presidente da Câmara Federal o pedido de abertura de uma Comissão Especial para agilizar a análise da Proposta de Emenda Constitucional 101, protocolada em 2019.

Basicamente a PEC propõe incluir na Constituição um artigo assegurando um plano de saúde aos funcionários da Sucam que foram expostos a produtos como o inseticida Dicloro-Difenil-Tricoloretano (DDT) – que foi banido de campanhas de saúde pública no Brasil em 1998.

“A gente manuseava esses produtos sem qualquer proteção. Os equipamentos de proteção individual (máscaras, luvas e óculos) só começaram a ser fornecidos em 1995, quando muitos já estavam contaminados. Hoje temos muitos companheiros com sequelas graves e sem condições de bancar os tratamentos com recursos próprios”, diz Joel, que também sofre os efeitos da exposição prolongada aos inseticidas.

Na esperança de conseguir o respaldo do Governo Federal, os ‘sucanzeiros’, como eles se definem, criaram uma associação. Através de grupos de whatsapp trocam informações e fazem contribuições para custear viagens como a que Joel fez à Brasília para encontrar com o presidente da Câmara dos Deputados.

Além de Arthur Lira, eles já mantiveram contato com mais de 400 deputados federais, dezenas de senadores e até com o presidente Jair Bolsonaro. Nestes encontros eles relatam a situação dos sequelados e apresentam dados mostrando que a falta de assistência adequada também tem abreviado a vida dos servidores da extinta Sucam.

“Enquanto a expectativa de vida dos brasileiros está em torno dos 76 anos, entre nós não passa de 60. Em estados como o Pará e Rondônia o quadro é ainda mais grave, os colegas estão morrendo antes de completarem 55 anos”, relata.

Joel expôs essas informações ao presidente da Câmara e diz esperar uma resposta rápida do Poder Legislativo. “Nossa angústia cresce a cada dia. Estamos vendo nossos colegas sofrendo e morrendo por causa do trabalho que realizamos em prol da saúde de todos os brasileiros. O Governo Federal tem essa dívida conosco, estamos pedindo socorro”.

 

Eduardo Ramos – Da Redação

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