POLÍTICA

O lento acerto de contas de Jorgina com o Tesouro

No bairro do Leblon, na Rua Rita Ludolf, nº 39, o apartamento 301 está prestes a ganhar novo dono. No dia 25 de maio, quem anunciar o lance mais alto poderá adquirir o imóvel, avaliado em R$ 4,3 milhões. O comprador pode até não saber, mas estará ajudando a cobrir um dos maiores rombos já noticiados no país, provocado por um esquema de corrupção no INSS no início da década de 1990, há mais de 20 anos. Trata-se da venda de um dos bens da quadrilha da ex-procuradora previdenciária Jorgina de Freitas, condenada a 14 anos de prisão pelo prejuízo à Previdência estimado em R$ 500 milhões, mais de 50% de toda a arrecadação do instituto em 1991, quando foi descoberto o esquema. Hoje, em valores corrigidos, o montante surrupiado dos cofres públicos chega a R$ 1 bilhão.

Desde que o poder público começou a reaver a quantia desviada, foram leiloados 138 imóveis da quadrilha. Segundo a Advocacia Geral da União, com esses leilões e outras fontes, como repatriação de valores e alienação de ouro, foram resgatados apenas R$ 111 milhões (com correção monetária, R$ 145 milhões). Depois de duas décadas, a AGU informa que 115 imóveis do grupo serão leiloados. Neste ano, bens previstos para a venda estão avaliados em R$ 32,9 milhões (40 imóveis). A burocracia na emissão de certidões dos imóveis e a lentidão com que os casos se arrastam na Justiça estão entre as explicações para a demora.
Fonte:Congresso em foco

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