Ilson GaldinoOPINIÃO

Os Bastidores da Corrida Eleitoral em Rondonópolis

Você já ouviu o ditado: “A esperteza, quando é demais, engole o esperto”? Pois bem, esse velho ensinamento popular parece ganhar vida própria nos corredores da política, especialmente agora, nos bastidores de Rondonópolis, onde as movimentações para o pleito de 2026 já fervilham.

O poder político, como se sabe, raramente é distribuído de forma equitativa. Em geral, é repartido entre os integrantes do grupo que o exerce, mas nem todos conhecem o real tamanho da fatia que possuem. Muitas vezes, essa fatia só é concedida conforme os interesses do líder maior, que define quem brilha e quem apenas compõe o elenco.

Com as eleições de 2026 se aproximando, os bastidores da política em Rondonópolis estão fervendo.

O Partido Liberal (PL) já começa a desenhar as composições para o pleito, e alguns nomes ganham destaque nas discussões.Entre eles: Paulo Schuc, atual presidente da Câmara Municipal; Zé Márcio Guedes, secretário estadual do PL; Kalynka Meirelles, vereadora em seu segundo mandato com uma trajetória ascendente; e Luciana Horta, a vereadora mais votada na última eleição municipal.

No entanto, a matemática política é implacável: não há espaço para todos. E é nesse contexto que as “fatias” começam a ser medidas e disputadas.Cada um tenta medir o valor de sua contribuição e o tamanho do retorno que receberá.Paulo Schuc foi eleito Presidente da Câmara por unanimidade, resultado de um acordo interno respaldado pelo grupo político e com o apoio direto do Prefeito.

A eleição simbolizou força, coesão e alinhamento estratégico, garantindo a ele uma fatia aparentemente generosa de poder.Contudo, a política, como um tabuleiro de xadrez, exige movimentos calculados e a compreensão das entrelinhas.Parecia promissor.

Parecia o começo de uma escalada rumo à Assembleia Legislativa.A máxima “a esperteza, quando é demais, acaba engolindo o esperto” se encaixa perfeitamente neste cenário.

Ao aceitar a Presidência da Câmara, Schuc pode ter, sem saber, selado seu destino, abrindo mão, inadvertidamente, da possibilidade de alçar voos mais altos.Nos bastidores da política rondonopolitana, especula-se que a “fatia” de Schuc já foi consumida. Seu sonho de 2026, segundo as informações que circulam, não irá decolar.Agora, o tabuleiro se reorganiza. Permanecem com chances reais: Zé Márcio, Kalynka Meirelles e Luciana Horta.E a lição que fica é clara: na política, nem sempre o que parece ser uma conquista é, de fato, um trampolim. Às vezes, é só o teto.

O jogo político é feito de sinais, alianças e cálculos silenciosos. Para quem acompanha de perto: seja como cidadão, militante ou analista é fundamental olhar além das aparências.Como num xadrez, cada movimento conta. E, às vezes, a jogada que parece vitória, na verdade, já encerrou o jogo para um dos peões.

Ilson Galdino: Advogado e Servidor Público

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