Pré-candidata ao senado em MT critica aposentadorias de políticos e quer discutir temas sociais

Vinte anos após a mãe, Serys Slhessarenko, surpreender o mundo político tornando se senadora por Mato Grosso, a médica Natasha Slhessarenko se esforça para repetir a façanha. Ela é pré-candidata ao senado pelo PSB e diz não se assustar com a força dos seus principais adversários – o senador Wellington Fagundes (PL) e o deputado federal Neri Geller (PP). Pediatra renomada e professora da UFMT, ela afirmou que decidiu entrar na disputa para mudar o cenário político no país.
“Nosso Brasil está como um doente na UTI, machucado, ferido, sangrando. Os políticos são pessoas eleitas para representar o povo, mas fazem sangrar ainda mais esse país. Isso me deixa profundamente doída e comovida. Por isso decidi entrar para tentar construir a minha pré-candidatura ao Senado”.
Em andanças pelo Estado para divulgar a pré-candidatura, Natasha disse ter ciência do tamanho do desafio. Além de enfrentar políticos experientes, com máquinas partidárias bem estruturadas, Natasha precisará convencer os eleitores de que é o melhor nome para ocupar a única vaga disponível para senado na eleição deste ano.
Nas declarações à imprensa, ela avalia que sua principal vantagem é o desejo da população por mudanças no cenário político.
“Estou saindo da arquibancada e indo para o campo. Coloco-me à disposição. Quero contribuir para que o país seja mais justo socialmente, mais responsável ambientalmente e mais forte economicamente. Gosto de cuidar de gente e quero levar essas pautas sociais para dentro do Senado e representar cada cidadão e cidadã mato-grossense”.
PROPOSTAS
Durante a campanha, Natasha pretende priorizar a discussão de temas voltados ao enfrentamento da desigualdade social. Ela também disse que atuará para reduzir a tensão causada pela polarização política. Segundo ela, o clima atual impede o debate sobre os assuntos que realmente impactam na vida dos cidadãos de Mato Grosso e do país.
“A maior prejudicada neste cabo de guerra é a população. Na política é preciso inverter um pouco a ordem hoje estabelecida. Só 0,5% da população confia nos políticos. Eles estão lá para se servir da política e tem que ser o inverso. A política é uma ferramenta para servir a população e as pessoas vão lá para se servir. Isso é errado, uma inversão”, disse.
Entre as questões levantadas pela pré-candidata estão os privilégios assegurados à classe política. Ela cita como exemplo a aposentadoria de senadores e deputados, que pode ser requerida após apenas oito anos de serviços prestados.
“Apesar de ser legal, a prática é imoral. Vejo o político como um funcionário público que recebeu aval, ganhou a confiança do eleitor para estar lá representando o povo. Mais que qualquer outro funcionário público, ele deve honrar cada voto dado defendendo as causas pelas quais foi eleito. Muitos vão para lá se servir da política. Eu tenho minha profissão, sou feliz, realizada. Infelizmente, muitos fazem da política uma carreira. A política não é carreira, negócio ou projeto. É uma ferramenta de transformação social e o político precisa estar lá para representar quem o elegeu”.
Eduardo Ramos – Da Redação (com informações da Assessoria)