MT tem o álcool combustível mais barato do País
Nem mesmo o processo de ajuste nos preços do litro do álcool hidratado, iniciado há alguns dias nas revendas de Cuiabá e Várzea Grande, foi suficiente para tirar o Estado do topo do ranking nacional com o valor de bomba mais barato do Brasil. Segundo levantamento de preços da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o hidratado em Mato Grosso tem preço médio de R$ 1,18, contra R$ 1,21 em São Paulo – líder há meses – e R$ 1,37 no Paraná. Os valores representam o comportamento do mercado varejista entre os dias 19 e 25 deste mês. O litro mais caro foi encontrado em Roraima, R$ 2,15.
No Estado, o litro mais barato está em Cuiabá e Várzea Grande, que em média, ofertam o álcool por R$ 1,13. Das oito cidades alvo da ANP no Estado – a capital, Várzea Grande, Sinop, Sorriso, Cáceres, Rondonópolis, Santo Antônio de Leverger e Alta Floresta – litro mais caro foi encontro em Alta Floresta (800 quilômetros ao norte de Cuiabá), que tem em média preço de bomba a R$ 1,60, mas com máxima de até R$ 1,65.
Ainda pela Agência, a média de margem de lucro em Cuiabá está na casa dos R$ 0,14, abaixo do exigido pelo Ministério Público do Estado (MPE), que por força de liminares, estabeleceu teto de até 20% de lucro sobre a venda do litro. As liminares aplicadas a cerca de 20 postos na Capital, teve efeito cascata sobre o mercado revendedor, pois a média é de menos de 15% de lucro, já pelo valor valor médio de mercado os postos compram o litro por R$ 0,99 e revendem a R$ 1,13. A média estadual de margem é de R$ 0,18, a segunda menor do País, atrás apenas da margem alagoana de R$ 0,17.
AJUSTE – Os preços do álcool hidratado atingiram na semana passada a casa de R$ 1,40 em alguns postos, alta de 35,92% em relação aos R$ 1,03 que vigoram até o começo deste mês. Em contrapartida, o litro da gasolina está em média R$ 0,10 mais barato, passando de R$ 2,69 para R$ 2,59.
Desde a segunda quinzena deste mês os preços do hidratado vêm apresentando reação na revenda. Alguns estabelecimentos ainda ofertam álcool por R$ 1,07, porém a maioria decidiu realinhar os preços para R$ 1,09. Postos nas Avenidas Miguel Sutil, Rubens de Mendonça e XV de Novembro estavam adotando ontem pela manhã preços de R$ 1,18 a R$ 1,19. Depois deste “realinhamento”, as revendas de Cuiabá apostam em estabilização dos preços até o início do período da entressafra do álcool, a partir de novembro.
Preço do álcool vai subir
De acordo com estimativas da Archer Consulting, empresa focada em gestão de riscos agrícolas, a produção de cana de açúcar na maior região produtora do País, Centro-Sul, deverá atingir pouco mais de 549 milhões de toneladas – com uma produção de 31,8 milhões de toneladas de açúcar e 25,7 bilhões de litros de etanol.
"A demanda interna de etanol deve ser da ordem de 25 bilhões de litros, sem contar as exportações que exigirão outros 3,3 bilhões, o que representará um déficit de 2,6 bilhões de litros", estima o gestor de riscos da Archer, Arnaldo Corrêa.
Segundo ele, mesmo com a produção das usinas da região nordeste do Brasil, que somariam mais 2 bilhões de litros de etanol no mercado, os estoques até o final da safra sofrerão com os baixos volumes. "E consequentemente, os preços do etanol nas bombas dos postos deverão subir no mercado interno", afirma Arnaldo.
FONTE: Diário de Cuiabá
MARIANNA PERES
