Passagens aéreas ficam quase 20% mais caras e influenciam inflação, diz IBGE

O mês de julho trouxe uma surpresa amarga para o bolso dos brasileiros: as passagens aéreas registraram um aumento expressivo de 19,92%, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse salto de preços não apenas afetou diretamente os viajantes, mas também se tornou uma das maiores pressões individuais sobre a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O impacto foi tão significativo que superou, por exemplo, a queda registrada nos combustíveis, tradicionalmente um fator de alívio para o transporte.
O IPCA é o principal indicador de inflação oficial do Brasil, utilizado pelo Banco Central para definir políticas monetárias e medir o custo de vida das famílias. Ele considera o preço médio de diversos bens e serviços consumidos por brasileiros com renda entre 1 e 40 salários mínimos. Alterações no IPCA influenciam taxas de juros, reajustes salariais e até políticas públicas. No caso de julho, a elevação das passagens aéreas puxou para cima o índice, mesmo diante da queda em combustíveis, deixando claro como alguns setores isolados podem alterar o resultado geral.
Em julho, o preço das passagens aéreas teve uma contribuição de 0,10 ponto percentual no IPCA, ficando atrás apenas da energia elétrica. A alta está relacionada ao aumento da demanda no período de férias escolares, o que leva companhias aéreas a reajustar tarifas. Segundo o IBGE, esse comportamento é comum nessa época do ano, mas o percentual deste mês foi acima da média, intensificando o impacto sobre o orçamento das famílias.
O transporte foi o setor mais pressionado pelo aumento das passagens, já que outros itens como combustíveis ajudaram a aliviar parcialmente o impacto. Em julho, combustíveis caíram 0,64%, com destaque para gasolina (-0,51%), diesel (-0,59%), gás veicular (-0,14%) e etanol (-1,68%). Porém, esse recuo não foi suficiente para neutralizar a alta das passagens, mostrando como fatores sazonais ainda são grandes desafios para a estabilidade de preços.
Fonte: Da Redação