ECONOMIA

Lula defende ajuste das taxas de juros no Brasil

SÃO PAULO (Reuters) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, nesta terça-feira, que as taxas de juros praticadas no país precisam passar por um ajuste, para refletir o "momento histórico" por que passa a economia. Apesar de considerar que a fase mais crítica da crise de crédito já tenha ficado para trás, Lula reconheceu que o sistema de financiamento brasileiro ainda não voltou à normalidade.
- Achamos que é preciso que as taxas de juros sejam adequadas ao momento histórico que vive o Brasil – afirmou o presidente, em entrevista coletiva, após visitar o vice-presidente José Alencar , que está internado no hospital Sírio Libanês, na capital paulista, se recuperando de uma cirurgia para retirada de tumores.
" Achamos que é preciso que as taxas de juros sejam adequadas ao momento histórico que vive o Brasil "
Dados divulgados pelo Banco Central, nesta terça-feira, mostraram que os bancos voltaram a ampliar os empréstimos em dezembro , depois de dois meses consecutivos de queda nas novas concessões. A taxa média de juro cobrada pelos bancos registrou uma leve queda, mas ainda assim permanece em patamar bastante elevado, de 43,2% ao ano.
- Precisamos ajustar a questão do crédito nos bancos públicos e privados para que o crédito volte à normalidade – afirmou o presidente.
Segundo o presidente, é o crédito que vai fazer a roda da economia girar.
- Volto a dizer o que disse em um pronunciamento no final do ano passado, nós precisamos produzir, o comércio precisa vender e o povo precisa comprar – afirmou.
Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central fez o primeiro corte da taxa básica de juro -a Selic- desde setembro de 2007. Ainda assim, a taxa caiu para 12,75% ao ano, patamar elevado em comparação com os juros básicos praticados em outros países.
Em relação ao contingenciamento de US$ 37,2 bilhões anunciado nesta terça-feira, o presidente disse que vai tratar o Orçamento da União com responsabilidade, gastando apenas o que puder gastar, mantendo os investimentos públicos.
- E são mantidas as obras importantes. Vamos cortar o que pudermos cortar em custeio, mas não em investimento.
O anúncio desta tarde, no entanto, mostrou um congelamento de R$ 14,6 bilhões em investimentos, 30% do total previsto desses recursos no Orçamento excluindo o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Ag Reuters/Brasil

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