PDT de Ciro declara apoio a Lula; governador de MG adere a Bolsonaro

O PDT, partido de Ciro Gomes, anunciou nesta terça-feira (4) apoio unânime ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para o segundo turno. Também hoje o governador reeleito de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse que vai apoiar Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno.
As lideranças pedetistas se reuniram online pela manhã —incluindo o próprio Ciro, que está em Fortaleza. "Ciro endossa integralmente a decisão do partido", disse o presidente do PDT, Carlos Lupi, em entrevista à imprensa.
O candidato derrotado deve se pronunciar ainda hoje. Esse é o primeiro apoio partidário que o petista recebe após o primeiro turno.
“O Ciro não viajará, ficará aqui no Brasil e já declarou esse apoio", garantiu Carlos Lupi.
Referindo-se aos números de PDT e PT, Lupi disse que chama a candidatura de "12 mais 1". De acordo com ele, o apoio se dá no "comprometimento" do PT de incluir no plano de governo os projetos de renda mínima, de renegociação de dívida e de escolas de ensino integral.
O presidente do partido afirmou ainda que o partido vai sugerir ao PT a criação de um Código Brasileiro de Trabalho, para rever normas aprovadas que tenham, na opinião do PDT, prejudicado os trabalhadores.
Ontem, o presidente do Cidadania, Roberto Freire, já declarou apoio a Lula —mas falta a oficialização partidária. No primeiro turno, a sigla, que compõe federação com o PSDB, estava com Simone Tebet (MDB). Tebet é, inclusive, outro nome cobiçado pelos petistas.
Nesta semana, o MDB liberou os diretórios para declararem apoio a quem preferissem —Lula já tem apoio de 12 deles desde o primeiro turno, mas o PT quer a ex-presidenciável. Em seu discurso após a eleição, ela indicou que tomaria posição —os petistas entendem que seja em prol de Lula.
"Tomem logo a decisão, porque a minha já está tomada. Eu tenho lado, e vou me pronunciar no momento certo", disse Tebet.
ZEMA
Já o governador de Minas Gerais disse que ele e o atual chefe do Executivo federal superaram "divergências" para construção da aliança. Zema também disse considerar que governos anteriores do PT foram "desastrosos" e "arruinaram" o estado de Minas Gerais —fatos que, na visão dele, ajudam a justificar o apoio a Bolsonaro.
"Eu não poderia deixar, nesse momento, de estar colocando aqui as nossas divergências de lado. Eu sempre dialoguei com o presidente Bolsonaro. Sabemos que em muitas coisas convergimos, mas em outras, não. É o momento em que o Brasil precisa caminhar para a frente e eu acredito muito mais na proposta do presidente Bolsonaro do que na proposta do adversário", disse ele.
As declarações ocorreram hoje depois de um encontro entre Bolsonaro, Zema e aliados do postulante à reeleição no Palácio da Alvorada, a residência oficial do governante federal, em Brasília.
Minas, segundo maior colégio eleitoral do país, é tido como um estado fundamental na corrida presidencial. Pela tradição, o candidato ao comando do Executivo que vence no estado é também aquele que triunfa no pleito nacional. A última vez em que um presidente ganhou sem levar a melhor em Minas foi há mais de 70 anos, em 1950, com Getúlio Vargas.
No primeiro turno, 48% dos eleitores em MG votaram em Lula, e Bolsonaro registrou 43% no estado. Das mais de 16 milhões de pessoas aptas a votar, 77,79% foram às urnas no domingo, e a abstenção ficou em 22,21%, acima da média nacional, de 20,95%.
Da Redação (com informações do UOL)