Wellington se reúne com bancada e diz que PR deve aprender a ser oposição

O presidente estadual do PR, senador Wellington Fagundes (PR), cedeu à pressão do deputado estadual Wagner Ramos e marcou uma reunião para debater a possível adesão do partido à base do governador Pedro Taques (PDT) no Legislativo. O encontro será realizado na próxima segunda (30), às 18h, no gabinete do primeiro-secretário da Assembleia Ondanir Bortolini, o Nininho. Antes, entretanto, o presidente aproveitou esta quinta (26) para visitar gabinete por gabinete dos republicanos na Assembleia.
Entretanto, Wellington rechaça a adesão e afirma que o PR já participou de três governos sucessivos, contribuindo com o Executivo mato-grossense. "Agora é momento de aprender a ser oposição, que é salutar para democracia. Toda a unanimidade é ruim", declarou em entrevista ao Rdnews. Wellington também lembra que o PR não esteve no palanque de Taques e apoiou o candidato derrotado Lúdio Cabral (PT) nas eleições de 2014. Com isso, avalia que o resultado das urnas determine que o partido permaneça na oposição. "Oposição construtiva, não irresponsável. Podemos ajudar o Governo naquilo que for bom para Mato Grosso", completa.
De acordo com Wellington, o PR nunca foi convidado pelo governador para aderir à base. Para o senador, houve somente o convite do líder do Governo Wilson Santos (PSDB) para bancada tomar um "cafezinho" com o chefe da Casa Civil Paulo Taques. Wagner Ramos, por sua vez, já anunciou que faz parte da base de Taques e afirma que precisa do Executivo para atender as demandas da região de Tangará da Serra. "Eu sou governista e já assumi o posicionamento no primeiro dia da gestão", ponta.
Para Wellington, o apoio ao Governo é posição individual de Wagner e precisa ser respeitada. Conforme o senador, não existe questão fechada e o PR costuma dar liberdade para os parlamentares se posicionarem em relação às mensagens encaminhadas pelo Executivo. "Cada deputado tem a liberdade de votar conforme a consciência naquilo que o partido não fechar questão. Agora, a decisão partidária é coisa diferente. Para isso, tem que existir reunião e a maioria é que define", destaca o dirigente.
A posição de Wellington é compartilhada pelo líder da bancada do PR na Assembleia, Emanuel Pinheiro. O deputado afirma que o partido deve permanecer independente e contribuir com o Executivo aprovando projetos de interesse social. "Não podemos aderir à base em troca de 15 cargos. Isso é oportunismo e fisiologismo", ressalta.
Paulo Taques, por sua vez, garante que o convite para "tomar café" é para consolidar a aproximação institucional com os deputados do PR. O chefe da Casa Civil lembra que as reuniões com integrantes do Legislativo são rotineiras no atual Governo. "Já recebi 23 deputados, inclusive da oposição. O diálogo entre os Poderes é em beneficio do Estado", concluiu.
Além de Emanuel Pinheiro, Wagner Ramos e Nininho, a bancada do PR na Assembleia ainda conta com Sebastião Rezende e Mauro Savi. Sebastião já admitiu inclinação para aderir ao Governo enquanto Savi aguarda orientação do senador Blairo Maggi para se posicionar.
Fonte: RD News